Café: Mercado fecha em baixa em NY e contratos perdem até 320 pontos

Os contratos do café arábica voltaram a registrar recuos na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) nesta quarta-feira (28). O avanço das colheitas no Brasil, mesmo com volume ainda pequenos, pressiona o mercado.


O vencimento julho perdeu 320 pontos e fechou em 176,15 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento setembro fechou em 178,55 cents, depois de perder 315 pontos. O contrato para entrega em dezembro perdeu 300 pontos e encerrou valendo 181,90 cents /libra-peso.


Agências internacionais de notícias também apontam as estimativas de uma safra recorde no Vietnã como outro fator que teria estimulado as quedas. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a safra do Vietnã, que é o segundo maior produtor mundial, depois do Brasil, deverá ser de 29,2 milhões de sacas em 2014/15. O site inglês Agrimoney informou que “o clima está bastante favorável para o desenvolvimento do café no país”.


Opiniões contrárias
Apesar da previsão otimista para a produção vietnamita, é importante ressaltar que a produção do país é predominantemente da variedade robusta (conilon), considerada de qualidade inferior e utilizada na produção de café instantâneo. De acordo com o analista Sterling Smith, do Citigroup, a previsão do USDA para a safra do Vietnã é maior que o esperado.


A analista de mercado Judith Ganes-Chase, da J. Ganes Consulting, informa também que o clima está mais seco que o normal no Vietnã, o que poderá causar problemas para o desenvolvimento das plantas. “Acho que será difícil atingir este número”, afirma Judith, referindo-se à estimativa do USDA.


O clima desfavorável na Índia e na Indonésia, outros grandes produtores mundiais de café robusta, também faz com que uma safra mais cheia do Vietnã se faça necessária para atender a demanda mundial. “O mercado vai precisar de mais café… Lembre-se de que uma produção e exportações recordes não são baixistas se a demanda é forte”, afirma Judith.


Analistas destacam que, apesar da expectativa de uma safra cheia, não há garantias de que todo o café será colocado no mercado. “Estamos assumindo que os produtores vietnamitas irão vende tudo o que produzem… Não sabemos se eles irão vender 100% de seu café robusta”, disse o analista de mercado Mark Nucera. A ocorrência de um El Niño também é uma ameça para a produtividade do café no Vietnã, já que este fenômeno costuma causar secas no Sudeste da Ásia.


No mercado físico, os preços do café tipo 6, bebida dura, registraram queda na maior parte das preças comercializadoras do país. A saca de 60 kg caiu 3,70% em Poços de Caldas, onde é comercializada a R$ 390,00. Em Maringá, a saca é vendida a R$ 370,00, depois de cair 2,63%.        


Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Bellei

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