Os contratos futuros de café arábica subiram ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), pelo quarto dia seguido.
São Paulo, 16/04/2021 – O vencimento julho/21, o mais negociado, subiu 3,8% (495 pontos) nos últimos sete dias, até ontem. O mercado, no entanto, avança ininterruptamente e deve ter uma pausa em correção técnica negativa, para “ganhar fôlego”.
Tecnicamente, os futuros de arábica para julho/21 estão com resistência no topo duplo de 135,15 cents (máximas marcadas nos dias 11 e 12 de março) e 142,20 cents (máxima de 25 de fevereiro). Os suportes são de 132,75 cents, 130 cents, 127 cents e 122,55 cents.
O trader Thiago Marques Cazarini informa em relatório semanal que o mercado em Nova York se sustentou na sessão de ontem, sem nenhum indício de uma correção mais baixa. “O contrato para julho/21 tentou várias vezes avançar acima dos níveis de resistência. Resta ver o que decidirá fazer a seguir”, diz Cazarini.
A Associação de Café Verde (GCA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informou ontem que os estoques diminuíram 111.409 sacas em março, totalizando 5.679.162 sacas. Ao fim de fevereiro, o estoque era de 5.790.571 sacas.
Já o estoque certificado na Bolsa de Nova York caiu 875 sacas ontem, para 1.875.356 sacas. Há um ano, o estoque era de 1.866.211 sacas, representando redução de 9.145 sacas no período.
O especialista em café do Rabobank, Guilherme Morya, informou no relatório mensal sobre a commodity que os cafés brasileiros já representam quase 50% do volume do estoque certificado do grão da ICE Futures US, ou cerca de 920 mil sacas. O resultado é fruto do desempenho da exportação brasileira, que só no primeiro trimestre deste ano cresceu 10,4% ante igual período do ano passado, para 11 milhões de sacas. O Rabobank pondera, entretanto, que a disponibilidade de contêineres para exportação, combinada com a menor safra brasileira este ano, pode provocar impacto negativo nos embarques do País no segundo semestre.
Já a consultoria StoneX lançou uma nova previsão sobre a safra brasileira deste ano. A produção do País deve alcançar volume de 51,4 milhões de sacas, 13,7 milhões (ou 21,1%) abaixo da produção do ano passado. Segundo a StoneX, o mercado cafeeiro no segundo trimestre é positivo, principalmente por causa da expectativa de déficit global. “A produção brasileira é menor, o que vai se refletir no balanço global”, disse ontem o analista de Inteligência de Mercado da consultoria, Fernando Maximiliano, em evento virtual.
O dólar voltou a cair em relação ao real pelo terceiro dia consecutivo. Segundo corretores, fatores externos, como indicadores fortes da economia dos Estados Unidos e bons balanços corporativos norte-americanos, especialmente de bancos, ajudaram pressionar a moeda. O impasse sobre o Orçamento 2021 do governo ficou em segundo plano. No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em baixa de 0,75%, a R$ 5,6281.
A Somar Meteorologia informa que chuva ocorre amanhã especialmente no Estado de São Paulo, no Triângulo Mineiro e no sul de Minas Gerais. São pancadas isoladas no período da tarde. Por causa dos ventos úmidos do mar, o sol aparece pouco no Espírito Santo e a chuva fraca ocorre a qualquer hora do dia. “As temperaturas ficam elevadas e no interior dos Estados do Sudeste a sensação será de tempo abafado no período da tarde”, prevê a Somar.
Os futuros de arábica em Nova York trabalharam com baixa volatilidade no pregão de ontem e pouco interesse nos negócios. O vencimento julho/21 fechou com valorização de 0,48% (65 pontos), a 134,70 cents. O mercado registrou máxima de 135,00 cents (mais 95 pontos) e mínima de 132705 cents (menos 130 pontos).
Para reduzir os riscos de disseminação da covid-19 durante a safra de café, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) preparou uma cartilha com orientações específicas para a colheita, que já começou pontualmente. As informações têm como referência o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde. A cartilha será distribuída, por meio digital, para os produtores atendidos pela empresa, além de prefeituras e secretarias municipais de Agricultura, cooperativas, sindicatos rurais e outros parceiros.
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam em boletim diário que as cotações dos cafés arábica ficaram praticamente estáveis ontem, enquanto o preço do robusta teve queda no mercado físico.
O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 742,82 a saca, ligeira queda de 0,1% em comparação com o dia anterior.
Para o robusta, os valores nacionais foram pressionados pela queda dos futuros externos da variedade. No geral, o ritmo de negócios manteve-se lento, já que poucos agentes estiveram ativos no mercado, dizem os pesquisadores. O Indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 452,88 a saca, baixa de 0,8% em relação ao dia anterior. Quanto ao tipo 7/8, teve média de R$ 441,22 a saca, recuo de 1% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte : Broadcast