fonte: Cepea

CAFÉ: MERCADO EM NOVA YORK DEVE CONTINUAR DE OLHO NO CLIMA NO BRASIL

São Paulo, 13/08/2024 – Os contratos futuros de café arábica deram um salto de quase 4% ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), puxados, em grande parte, pelas previsões de frio extremo e risco de
geadas nas regiões produtoras de café do Brasil, o que deve manter o mercado com alta volatilidade. O vencimento dezembro/24, agora o mais líquido, chegou a marcar máxima de 1.615 pontos (7%), mas acabou fechando a 238,55 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 3,60% no dia.

Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), os futuros de café robusta também subiram, impulsionados por Nova York. O segundo vencimento, novembro/24, avançou 4,73% (197 dólares), encerrando a 4.359 dólares/t.

A diretor da Paragon Global Market, Michael McDougall, disse em relatório que a empresa de meteorologia World Weather acredita que nenhum dano sério tenha ocorrido aos cafezais, na madrugada de domingo (11) para ontem, em virtude da queda extrema das temperaturas, que poderiam causar geada.

O clima nas regiões produtoras brasileiras, no entanto, deve continuar monitorado porque o frio extremo deve continuar entre hoje e amanhã.
“Uma coisa digna de nota é que o spread de setembro/24-dezembro/24 caiu drasticamente. Esse foi o fator de suporte na semana passada. Se a meteorologia disser que nenhum dano aconteceu no café, então, espere que o mercado pode recuar um pouco. Com a colheita atingindo pouco mais de 90%, a possibilidade de
danos aos cafezais, a menos que haja uma geada séria, deve ter impacto apenas temporário”, comentou McDougall.

A queda do spread está relacionada, principalmente, às rolagens de posição em Nova York, antes do início
do período de aviso de entrega física do vencimento setembro/24, a partir de 22 de agosto. Com negociação de spreads, o contrato para dezembro/24 já é o mais líquido na ICE US. Na sexta (9), setembro/24 tinha em aberto 47.514 lotes, enquanto dezembro/24 acumulava 87.453 lotes, para um total geral de 206.327 contratos em aberto no mercado de café.

A Hedgepoint Global Market revisou para baixo a estimativa para a safra brasileira de café 2024. A
produção deve alcançar 63,3 milhões de sacas de 60 kg, representando queda de 4,1% (2,7 milhões de
sacas), em comparação com previsão anterior de 66 milhões de sacas e 4,4% menor ante o ano passado.

A analista de café da Hedgepoint, Laleska Moda, disse em relatório que as condições climáticas adversas no fim de 2023 e no início de 2024 prejudicaram a produção total da safra. “Embora se tenha verificado
alguma melhora desde o início da colheita, a safra 2024 teve grãos predominantemente menores do que em temporadas anteriores, o que afetou o rendimento no processamento”, disse.

A exportação brasileira de café totalizou 3,774 milhões de sacas de 60 kg em julho desse ano, primeiro mês da safra 2024/25, volume que implica evolução de 25,7% sobre os 3,002 milhões de sacas embarcados no mesmo período de 2023, segundo divulgou ontem o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Em julho, os cafés canéforas (conilon + robusta) mantiveram o significativo desempenho dos meses anteriores ao avançarem 82,2% na comparação anual e somarem 900.818 sacas, segundo maior volume para um mês na história, atrás apenas das 902.266 sacas de novembro de 2023.

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, disse no boletim: “Nossos cafés conilon e robusta permanecem
em destaque no acumulado deste ano, ocupando os espaços deixados pela menor oferta dos principais
concorrentes, como Vietnã e Indonésia, e favorecidos pela boa safra de 2023 e pelos volumes já colhidos
neste ano. Assim, os canéforas brasileiros são importados, inclusive, por vietnamitas e indonésios.”

Os fundos de investimento diminuíram o saldo líquido comprado em café em Nova York pela quarta
semana seguida, mostrou na sexta relatório da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities
(CFTC), com posicionamento de traders. Esses participantes passaram de saldo líquido comprado de
41.570 lotes, no dia 30 de julho, para 39.881 lotes, no dia 6 de agosto (queda de 4%, ou 1.689 lotes),
considerando futuros e opções.

O dólar à vista encerrou ontem cotado em queda de 0,34%, a R$ 5,4962. Nos últimos cinco pregões, a
moeda acumulou desvalorização de 4,27%, o que reduziu os ganhos no ano, que chegaram a ultrapassar 17%, para 13,24%. Foi o quinto pregão consecutivo de desvalorização do dólar no mercado doméstico,
fechando o pregão abaixo da linha de R$ 5,50 pela primeira vez desde meados de julho. Segundo
operadores, o real se destacou novamente entre seus pares latino-americanos, mas teve seu ímpeto em parte
limitado pelo aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio.

O vencimento dezembro/24 do café arábica em Nova York, agora o mais líquido, trabalhou em alta ao
longo de todo o pregão de ontem. O contrato fechou a 238,55 cents, valorização de 3,60% (830 pontos). O vencimento registrou máxima de 246,40 cents (mais 1.615 pontos) e mínima de 234,05 cents (380 pontos acima do fechamento de sexta).

Fonte : broadcast agro

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