03/09/2014 17:05
Nesta quarta-feira (2), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou suas operações com queda devolvendo os ganhos da sessão anterior, após consecutivas altas nos últimos dias e registrar o patamar mais alto em quatro meses na sessão de ontem. O mercado já registra no acumulado 74,7% de alta.
Segundo analistas, a Bolsa está refletindo a chuva que caiu em algumas regiões produtoras de café. Na cidade de Monte Santo de Minas, por exemplo, a chuva foi de 31,6mm, segundo a Cooxupé.
O contrato dezembro/15, anotou 202,30 cents de dólar por libra peso, o março/15 anotou 206,25 cents/lb, ambos com queda de 715 pontos. Os contratos com entrega mais distante também registraram alta, o maio/15 anotou 208,25 cents/lb com 700 pontos no negativo e o julho/15 encerrou a sessão com 209,10 cents/lb e queda de 675 pontos.
De acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, apesar da baixa registrada na sessão desta quarta-feira (3), o mercado deve continuar volátil. “O café tem apresentado balanços positivos e com essas chuvas sempre acaba estimulando os operadores a liquidar posição. Apesar dessa baixa de hoje, os preços se sustentam acima dos US$ 2 a libra peso e vamos continuar com essa volatilidade até que fique claro o tamanho da safra 2015”, diz.
O analista acredita que Nova York deve registrar altas no final do mês, só fechando no vermelho caso a florada de setembro for grande e se chover consideravelmente.
Segundo informações reportadas pela Reuters, apesar da chuva em algumas lavouras produtoras de café arábica, os cafezais só deverão ter mais precipitações na segunda quinzena de setembro, segundo dados da Somar.
Para Carvalhaes, os produtores também estão atentos à safra 2015 e já começam a segurar o grão em estoque. “Os cafeicultores estão evitando vender café porque ele deve ajudar na próxima safra, que para muitos produtores deve ser menor do que essa. Tudo isso faz com que ele pense em renegociar os financiamentos para segurar mais tempo o café”, diz.
O mercado físico está estável e vem remunerando bem o produtor. “Os preços não são ruins, a partir da semana passada os melhores cafés voltaram a ser negociados na faixa de R$ 500 a saca e vem caindo até R$ 400 para os mais fracos de exportação”, afirma Carvalhaes.
Fonte: Notícias Agrícolas // Jhonatas Simião