CAFÉ: Mercado deve acompanhar clima no Brasil e Dólar

01-06-2015


O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) inicia o último mês do semestre com tendência baixista. Os contratos perdem força com o fortalecimento do dólar e o início da colheita da safra brasileira, entre outros fatores.


Em maio, as cotações apresentaram desvalorização de cerca de 10% mas, no acumulado desde o início de janeiro, as perdas são de cerca de 27%. A semana passada foi de consolidação de preço em nível mais baixo, depois que os contratos romperam o suporte a 130 cents, caindo mais de 5% na quinta-feira (21), e marcaram mínima de 123,55 cents na quarta-feira passada (27).


O mercado tem andado de lado, depois que a recente queda dos preços desacelerou vendas de origens. Além disso, a indústria se abastece com estoques, antes de novas compras. A aproximação do verão no Hemisfério Norte também deve contribuir para reduzir a demanda.


A colheita da safra 2015 no Brasil e na Colômbia está em andamento, o que sugere melhora na oferta nos próximos meses. O clima, por enquanto, continua ameno, sem risco de prejuízos provocados por tempo chuvoso ou frio extremo.


O fortalecimento do dólar em relação a outras moedas também dificulta a valorização das commodities, cotadas na divisa norte-americana. De modo geral, uma alta da moeda implica queda dos preços das commodities, que se ajustam ao câmbio. O dólar encerrou a R$ 3,185, valorização de 0,76% no dia.


Os fundos de investimento aumentaram o saldo líquido vendido em café na ICE, na semana encerrada em 26 de maio, conforme mostrou o relatório da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC), com posicionamento de traders, divulgado na sexta-feira. Os fundos passaram de saldo líquido vendido de 6.901 lotes no dia 19 de maio para 21.626 lotes no dia 26.


Já os fundos de índice cortaram um pouco o saldo líquido comprado de 27.396 lotes para 27.043 lotes, no período. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos voltaram a ficar vendidos, com o saldo líquido comprado de 903 lotes virando para 12.814 lotes vendidos.


Os fundos de índice começam a rolar posição nesta semana, antes do início do período de notificação de entrega do julho, a partir do próximo dia 22. Na quinta-feira da semana passada, julho concentra maior volume de contratos em aberto com 88.008 lotes. Setembro tinha em aberto 45.888 lotes, para um total geral de 196.173 lotes em aberto.


Tecnicamente, os contratos têm suporte a 121 cents e 115,50 cents. A resistência é de 129,15 cents, 132 cents e 135 cents.


Os futuros de arábica em Nova York aceleraram ganho no fim do pregão de sexta-feira, marcando nova máxima, em meio à baixa volatilidade do mercado. O vencimento julho encerrou em alta de 0,80% (100 pontos), a 126,15 cents. O mercado marcou máxima de 127,05 cents (mais 190 pontos). A mínima foi de 124,55 cents (menos 60 pontos).


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro se recuperaram na sexta-feira. O indicador Cepea/Esalq do Café Arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 411,05/saca de 60 kg, ligeira elevação de 0,3% no dia. Conforme a apurou o Cepea, apesar da terceira valorização consecutiva, produtores ainda aguardam preços maiores para negociar.


As cotações do robusta se enfraqueceram. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 289,18/saca de 60 kg, recuo de 0,57% no dia. O tipo 7/8, bica corrida, encerrou a R$ 276,85/saca, estável na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.


Fonte: Agência Estado

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