CAFÉ: Mercado calmo e desinteressado nesta última semana de 2012

28/12/2012 
 
Como vem acontecendo nos últimos anos, o mercado de café apresentou-se calmo e desinteressado nesta última semana de 2012. Compradores e vendedores procuram concentrar seus negócios na primeira quinzena de dezembro e à medida que o mês avança os negócios no mercado físico brasileiro diminuem, para praticamente paralisarem no período entre os feriados de natal e de fim de ano, só retomando seu ritmo normal a partir da segunda semana do novo ano.

Em 2012 os estoques de café brasileiro remanescentes de outras safras praticamente zeraram e o Brasil, maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor de café do mundo, passou a depender apenas de sua produção anual para abastecer seu consumo interno e cumprir seus compromissos na exportação. Sem a segurança de um confortável estoque para suprir eventuais quebras na produção, o tamanho da safra brasileira de café passou a ter um peso ainda maior do que sempre teve para a formação do preço internacional do café verde.

A “guerra” de informações sobre o tamanho de nossa safra cresceu, com os grupos interessados em alta e em baixa se digladiando. Semana após semana aparecem novos números no mercado, acima e abaixo da estimativa oficial brasileira elaborada pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento.

Em 2012, os interessados em derrubar os preços do café convenceram o mercado de que os números apresentados pela CONAB estão subestimados e que a safra colhida neste ano foi maior do que a apresentada pelo governo brasileiro. A crise na zona do euro e a insegurança com os rumos da economia mundial contribuíram formando um ambiente pessimista, e o resultado foi que os preços do café verde recuaram mais de 30% neste ano.

As lideranças dos cafeicultores falam em novas medidas para dar sustentação aos preços em 2013. Sem dúvida elas são necessárias, mas, em nossa opinião, é indispensável que o Ministério da Agricultura rapidamente consiga dar mais transparência e credibilidade às estimativas oficiais de safra. Todo o trabalho acaba se mostrando de pouca utilidade para a formação de preços se o mercado não acreditar nele. Poderiam convidar um grupo de técnicos independentes para acompanhar a metodologia e o trabalho desenvolvido pela CONAB.

No início de janeiro teremos a divulgação da primeira estimativa da próxima safra 2013 de café e será muito útil ao mercado dar mais transparência aos números que serão apresentados. Até o dia 27 os embarques de dezembro estavam em 1.982.002 sacas de café arábica e 68.448 sacas de café conillon, somando 2.050.450 sacas de café verde, mais 121.260 sacas de café solúvel, contra 2.171.710 sacas no mesmo dia de novembro. Até o dia 27, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.007.345 sacas, contra 2.624.687 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 21, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 28, subiu nos contratos para entrega em março próximo, 25 pontos ou US$ 0,34 (R$ 0,70) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 21 a R$ 402,00/saca e hoje, dia 28 a R$ 397,25/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 105 pontos. No mercado semi-paralisado de hoje, são as seguintes cotações nominais
por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2012/2013, condição porta de armazém:

R$360/370,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$340/350,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$330/340,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$320/330,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$310/320,00 – RIADOS.
R$300/310,00 – RIO.
R$300/310,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$290/300,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 2,045 PARA COMPRA.

Fonte: Carvalhaes