Café mantém tendência de alta no mercado internacional


ter , 31/8/2010


Luis Roberto Toledo


Os preços do café no mercado internacional, que estavam em disparada desde junho, voltaram a subir nesta semana na Bolsa de Nova York, rompendo a marca de US$ 180 por libra-peso. As altas se devem a uma conjunção de fatores e refletem a quebra da safra colombiana, a carência de cafés suaves no mundo e o registro de clima seco no Brasil. “Os estoques certificados da bolsa de Nova York estão caindo desde o final de 2007”, diz Gil Barabach, analista do mercado de café da empresa de consultoria Safras & Mercado.


Apesar da queda da safra colombiana, a expectativa de uma boa colheita no Brasil estava ajudando a manter o mercado sem grandes oscilações, ainda que a safra brasileira não seja certificada, não podendo, portanto, ser entregue na Bolsa de Nova York a fim de suprir a ausência do café da Colômbia. “De todo modo, a produção brasileira vinha servindo como contraponto no mercado, ultimamente guiado por dois fatores distintos: a carência de café suave de um lado e a safra recorde do Brasil de outro”, avalia Barabach.


Mas as recentes notícias dando conta de que a colheita da safra da Colômbia está atrasada e de que o clima seco registrado no Brasil pode prejudicar a safra 2010/2011 pressionaram o mercado futuro às altas cotações.


De acordo com levantamento realizado em maio pela Safras & Mercado, a produção de café no Brasil está estimada em 54,6 milhões de sacas no período 2009/2010, ciclo de alta das lavouras. Em 2011 a safra tende a ser menor, uma vez que os cafezais produzem muito num ano e pouco no seguinte, e a preocupação de que a seca prejudique a florada da próxima safra teve grande impacto no mercado.


Este fator aliado ao atraso da entrega da safra colombiana, que deveria chegar ao mercado em outubro, mas que só começa a ser escoada em novembro, deve manter os preços em alta até que as dúvidas sobre clima e volume de produção sejam esclarecidas.


No Brasil a perspectiva é de que chuvas retornem às regiões produtoras em outubro. Até lá pouco se sabe qual impacto a seca provocará na próxima florada. Na Colômbia, que tradicionalmente produz uma safra de 12 milhões de sacas, as estimativas indicam produção entre 9 e 11 milhões de sacas. “O mercado está num momento delicado, e a tendência é de que até o final do ano, quando começa a chegar café novo no mercado, os preços se mantenham em altos patamares”, analisa Barabach.


Luciana Franco
Globo Rural

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