Café mantém saga baixista e se aproxima dos 100,00 centavos na ICE

7 de novembro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

07/11/2013  Café da terra


Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira nos menores níveis de preço em mais de 85 meses, consolidando um quadro amplamente negativo e que parece não ter se esgotado, ainda que o cenário mostre uma realidade amplamente sobrevendida.


O dia foi marcado, mais uma vez, por liquidações e as perdas, diferentemente do registrado ao longo da segunda ou terça-feira, tiveram mais vigor, com o dezembro se posicionando no nível de 101,00 centavos por libra, muito próximo do alvo mais efetivo do momento, que é os 100,00 centavos por libra.


Recentemente, o Macquire Group, consultoria internacional especializada em mercados de alta volatilidade, havia indicado que a tendência seria de, ainda em 2013, o café romper essa barreira psicológica e, pelo andar da carruagem, tal acontecimento deverá se efetivar mais rapidamente do que se esperava. Os players não se mostram tentados a efetuar recompras de posições em aberto e, diante disso, o que se observa é uma verdadeira sangria, com os preços se deprimindo cada vez mais, sem haver uma perspectiva de solo.


Os patamares ainda não são desastrosos, como os verificados, por exemplo, há dez anos, quando a escala de preços girava ao redor de 60 ou 70 centavos, no entanto, os preços atuais não cobrem de forma alguma os custos de produção e, diante disso, o quadro se torna mais preocupante. Produtores que têm como segurar não querem vender e aqueles que dependem efetivamente do café para sustentar sua economia já se vêm em estado de agonia. Mais uma vez voltando dez anos no tempo, ao redor de 2003, uma grave crise de fome se alastrou, por exemplo, pela América Central, por conta justamente dos preços extremamente baixos praticados no mercado internacional. A situação ainda não é tão desesperadora, mas, diante das análises gráficas e da realidade dos terminais, alguns players começam a fazer projeções bastante alarmantes.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 195 pontos, com 101,50 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 103,75 centavos e a mínima de 101,00 centavos, com o março registrando desvalorização de 190 pontos, com 104,60 centavos por libra, com a máxima em 106,80 centavos e a mínima em 104,15 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres,  a posição janeiro teve queda de 7 dólares, com 1.476 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 7 dólares, para o nível de 1.469 dólares por tonelada.


De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por novas liquidações especulativas, com o dezembro chegando a tocar nos 101,00 centavos por libra. O café recuou e não conseguiu nem sequer ter alguma sustentação com o mercado externo, que teve uma quarta-feira bem mais positiva. O dólar teve recuo ante várias moedas internacionais, incluindo o real brasileiro, o que estimulou ganhos para várias commodities internacionais. O petróleo, por exemplo, avançou mais de 2% ao longo do dia, sendo que também foram registrados avanços para segmentos como ouro, soja e suco de laranja.


“Efetivamente, o quadro é baixista e não parece ter espaço para estancar essas perdas. São liquidações atrás de liquidações e não conseguimos identificar uma força compradora. O quadro de disponibilidade ampla dá o tom dos negócios e os players estão focados em que há muito café a ser comercializado e essa oferta continuará a ser bastante generosa, com safras abundantes no Brasil, Vietnã e até na Colômbia. Diante disso, poucos se arriscam em acreditar em uma recuperação”, disse um trader.


As exportações de café Guatemala caíram 37,6% em outubro, o primeiro mês da temporada, em comparação com o mesmo mês da safra anterior, informou a Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala). Em outubro passado, as vendas externas de café do país somaram 80.771 sacas, contra 129.471 sacas de outubro de 2012. A atual temporada começou em outubro e termina em setembro de 2014. A Anacafé informou que as vendas da safra de café 2012/2013 totalizaram 3.706.622 sacas, uma ligeira queda em comparação com as 3.719.829 sacas da última temporada.


Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.226 sacas, indo para 2.709.198 sacas.


Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 103,75, 104,00, 104,15, 104,50, 104,90-105,00, 105,50, 106,00, 106,20, 106,50, 107,00, 107,30, 107,50, 107,80-107,85, 108,00, 108,50, 109,00 e 109,20 centavos de dólar, com o suporte em 101,00, 100,50, 100,10-100,00, 99,50, 99,00, 98,50, 98,00, 97,50, 97,00, 96,50, 96,00 e 95,50 centavos.


Fonte : Agnocafé

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