Café: maior prazo para reembolso permitirá retenção de 3 milhões de sacas

4 de fevereiro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Agência Estado
1º/02/2013


Venilson Ferreira
 
O prazo adicional de 60 dias concedido pelo Conselho Monetário Nacional para reembolso da primeira parcela dos financiamentos de estocagem, e de custeio convertido em estocagem, contratados no ano passado, permitirá aos cafeicultores reter nos próximos meses 3 milhões de sacas de café, o que evitará a pressão nos preços que estão em queda desde o final do ano passado. O cálculo é do coordenador geral de Crédito Rural do Ministério da Fazenda, Francisco Erismar.
 
Ele explicou que a primeira parcela dos financiamentos contratados em meados do ano passado com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) começou a vencer em 1º de dezembro do ano passado e deverá ser paga até 31 de março de deste ano. O crédito de estocagem tem reembolso previsto em duas parcelas, sendo a primeira de no mínimo 50% do valor do financiamento em até 180 dias e o restante em 360 dias a partir da data de liberação do crédito. O crédito de custeio, que venceu em dezembro do ano passado, pode ser convertido em crédito de estocagem.
 
O diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Edilson Alcântara, afirmou que o objetivo da medida é evitar “venda precipitada” por parte dos cafeicultores para quitar a parcela da dívida, no momento em que os preços estão pressionados pela entrada no mercado da safra de café dos países da América Central. Ele avalia que os produtores que poderão reter o café nos próximos dois meses terão melhores condições de comercialização, pois a tendência é de recuperação dos preços do café a partir de março, quando a pressão de oferta no mercado internacional começa a reduzir.
 
Na opinião de Alcântara, os fundamentos do mercado de café indicam sustentação nos preços para os próximos meses, pois existem preocupações em relação ao clima, com ocorrências tanto de estiagem como de falta de chuvas em algumas regiões produtoras do Brasil, o que pode resultar numa produção entre 45 a 46 milhões de sacas, volumes inferiores ao do piso da estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que prevê colheita entre 46,98 e 50,16 milhões de sacas. Ele observa que o mercado também está preocupado com a ocorrência de ferrugem nas lavouras, o que pode comprometer a próxima safra na América Central.

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