Café: leilão de 60 mil sacas causa expectativa entre produtores
Cabo de Santo Agostinho, 18 – Os produtores de café estão na expectativa da realização do leilão de cerca de 60 mil sacas de café do governo, remanescente do lançamento das opções de venda em 2002, na próxima terça-feira (22). Do total de cerca de 920 mil sacas adquiridas pelo governo naquela ocasião, restaram perto de 139 mil sacas das quais 60 mil serão negociados no dia 22.
A receita proveniente do leilão seria suficiente para cobrir os encargos financeiros da operação de liberação de cerca de R$ 400 milhões para custeio da safra. Esses recursos estão prometidos desde agosto, mas até agora a área econômica do governo tem relutado em liberar, por causa dos encargos financeiros (cerca de R$ 14 milhões). O dinheiro faz parte do orçamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) deste ano, estimado em cerca de R$ 1,250 bilhão, dos quais 850 milhões já foram autorizados.
Segundo fontes do setor produtivo, “o leilão é uma solução interessante para o impasse, no momento em que os produtores têm necessidade de saldar compromissos financeiros”. A medida deve ser adotada, já que na quinta-feira (24) haverá reunião mensal do Conselho Monetário Nacional (CMN), quando um voto agrícola para liberar os R$ 400 milhões poderá ser encaminhado.
O assunto deverá ser discutido hoje à tarde, durante reunião do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC), que ocorrerá a partir das 15h30, durante o 13º Econtro Nacional da Indústria de Café (Encafé), em Cabo de Santo Agostinho, no litoral ao sul de Recife (PE).
As propostas de emendas ao orçamento do Funcafé, encaminhadas ao Congresso Nacional, também serão um dos temas da reunião do CDPC. Projeto de lei encaminhado ao Congresso prevê orçamento de R$ 1,62 bilhão para o Funcafé em 2006.
Conforme fontes do Ministério da Agricultura, o fim da cota de contribuição (valor cobrado dos exportadores no embarque de café), previsto na Resolução nº 28/2005, do senado federal, também será analisado. A cota de contribuição, definida pelo presidente do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), não é cobrada desde o início da década de 90 (coincidindo com o fim do IBC). No entanto, a medida não estava regulamentada.