Café irrigado é alternativa no sertão seco de Pernambuco
Resultados experimentais no município de Petrolina, Pernambuco, a menos de 400 metros do nível do mar (altitude recomendada para o café robusta), e em Jaguarari, Bahia, a mais de 700 metros do nível do mar (altitude propícia para café arábica), se mostraram promissores para o cultivo comercial do café nas áreas irrigadas do Nordeste. A pesquisa foi realizada pela Embrapa Semo-Árido (Petrolina-PE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O pesquisador Pedro Carlos Gama da Silva, chefe-geral da Unidade, vê com otimismo a implantação da cultura na região, mas considera a necessidade de intensificar as pesquisas com o café. A Empresa pretende implantar projetos de pesquisa para gerar tecnologias apropriadas para uma atividade que será inovadora como fonte de renda, de ocupação e de negócio sustentável.
Segundo ele, a boa situação do plantio, do desenvolvimento das plantas, da floração homogênea revelam o potencial produtivo da cultura, mas torna necessário testar variedades, formas diferentes de manejo para a melhora da qualidade e ampliação da quantidade de café produzido, além do manejo de irrigação. Outro aspecto importante que precisa ser bem definido para viabilizar o cultivo comercial do café diz respeito às variedades que melhor se adaptam às condições ambientais da região.
– O clima e o solo do semi-árido não impedem o plantio do café, ainda mais se irrigado – explica o pesquisador José Maria Pinto, da Embrapa Semi-Árido.
Ele deverá conduzir um projeto que irá testar diversas variedades de café Arábica (catuaí vermelho, catuaí marelo, ouro verde, obatã e tupi) e os conilon, robustão capixaba e robusto tropical – que são tolerantes à seca. Por sugestão de pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), também vão ser avaliadas outras variedades de conilon: kouilou e bukoensis.
Da Embrapa