O comportamento instável dos preços globais do café nos últimos meses, principalmente no que diz respeito à diferença entre as variedades arábica e robusta, tem dificultado a formação de expectativas para os futuros neste ano.
Enquanto o arábica – o mais consumido mundialmente – tem apresentado um dos piores desempenhos entre as soft commodities, o robusta tem se fortalecido. O café robusta é uma variedade mais fácil e barata de se cultivar, pois seu sabor é considerado mais amargo do que o do arábica.
Os preços do arábica recuaram 21% desde o início do ano e atingiram os níveis mais baixos em 18 meses, devido às expectativas de que o Brasil, que responde por um terço da produção mundial, tenha uma de suas maiores safras no ciclo 2012/13, totalizando 50,6 milhões de sacas de 60 kg.
Segundo Robério Oliveira Silva, diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), fatores altistas devem movimentar o mercado de café nos últimos seis meses do ano. “Obviamente, o segundo semestre de 2012 será caracterizado pela entrada das colheitas mundiais e será neste momento que todos vão perceber que haverá menos café disponível do que se imaginava”, disse.
“Sou otimista com relação ao mercado de café no segundo semestre. Há uma forte demanda, mas, realmente, não estamos vendo muito café no mercado. E não creio que a colheita no Brasil trará montanhas de café”, afirmou Silva. (Agência Estado)