Café Gourmet, a aposta que deu certo
Segmento cresce de 15 a 20% ao ano no país e corresponde a 90% das
exportações do produto
Há pouco mais de dez anos o conceito de café gourmet, cujo grão é de origem
100% arábica, praticamente não existia no Brasil e eram poucos os que acreditam
que este segmento poderia prosperar por aqui. O café, bebida apreciada por 9
entre 10 brasileiros, data de 1727, vindo da Guiana Francesa. O produto que
movimentou durante décadas a economia do país, continua em ascensão, mesmo com a
crise e segue em ritmo de expansão no país.
Para Rodrigo Branco Peres, diretor do Café do Centro, hoje a maior
torrefadora do segmento de grãos gourmet e especiais do país. “O consumo de café
gourmet tem crescido de maneira considerável no mercado interno. Se levarmos em
conta que em 2001 o segmento gourmet era desconhecido, e a partir de 2004 houve
um boom no setor, veremos que um crescimento médio entre 15 e 20% ao ano no
consumo é muito relevante”. Segundo dados da ABIC – Associação Brasileira das
Indústrias de Café, no ranking mundial de consumo por habitante o Brasil com
5,64 kg/hab.ano, supera Itália (5,63 kg/hab.ano), supera o da França (5,07
kg/hab.ano) ficando dois dígitos atrás da Alemanha (5,86 kg/hab.ano). No topo da
lista estão Finlândia, Noruega e Dinamarca com um volume próximo de 13 kg/por
habitante/ano.
De acordo com dados do CONAB – Conselho Nacional do Café, a produção do grão
de origem arábica, representa 74,6% (26,8 a 28,3 milhões de sacas de café
beneficiado) da produção nacional, e tem como maior produtor Minas Gerais, que
concentra 66% da safra ou cerca de 18,6 milhões de sacas. Ainda de acordo com
estimativas do CONAB, aproximadamente 84% da colheita do café arábica se
realizará nos meses de maio e agosto.
O Brasil sempre foi produtor de café gourmet, mas apenas como fornecedor de
matéria-prima à Europa e EUA. Os cafés Gourmet sempre foram exportados na forma
de grãos verdes (não torrados) para Europa, Estados Unidos e Japão. Branco
Peres, comenta como foi possível, reverter este quadro, “o café que ficava no
Brasil era o de pior qualidade, desta maneira foi preciso investir e desenvolver
o gourmet numa época em que pouquíssimos consumidores sabiam o que era um café
Premium. Esse foi um desafio assumido pelo Café do Centro, em 1997, pois
apostamos neste segmento e temos obtidos resultados excelentes”, comenta.
De 2007 para cá surgiram mais de 150 marcas, conforme a Associação Brasileira
de Cafés Especiais (BSCA). O número comprova que, o mercado está em expansão e a
competitividade aumentando. O Brasil produz entre 1 milhão e 1,2 milhão de sacas
de 60 quilos de cafés especiais por ano. No entanto, 90% da safra ainda é
comercializada no mercado externo.
Sobre o Café do Centro
O Café do Centro é uma das principais torrefadoras de Café Gourmet e Especial
do país, que começou os negócios em São Paulo em 1916, quando a marca pertencia
à família Nahum. Em 1995 o Grupo de agronegócios Branco Peres adquiriu a marca e
iniciou o processo de expansão e gestão do negócio.
Além do café gourmet, a empresa é a única em solo nacional a disponibilizar
todos os grãos de origem arábica – um tipo mais requintado, com blends
diferenciados – de seis regiões diferentes do Brasil: Mogiana, Paraná, Bahia,
Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Sul de Minas. Com uma carteira de cerca de
3.000 clientes, o Café do Centro atua no fornecimento de cafés para
restaurantes, bistrôs, cafeterias, bares, etc. Está presente em lugares
sofisticados, como Due Coucchi, Le Caserole e KAÁ. Café do Centro – www.cafedocentro.com.br