02-02-2015 – 09:27:03
São Paulo, 02/02/2015 – O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) inicia o mês de fevereiro atento às previsões climáticas para as regiões produtoras brasileiras. A expectativa é de que as chuvas possam aliviar o quadro de estiagem, principalmente no Espírito Santo, maior produtor de conilon (robusta) do País.
Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a queda na safra de café conilon em 2015 era esperada, mas a situação se agravou por conta da seca. A produção capixaba de conilon, que em 2014 bateu recorde com 9,9 milhões de sacas colhidas, este ano deve ser de 8,5 milhões de sacas.
A Somar Meteorologia informa que a partir de quarta-feira (4), chuvas fortes e abrangentes devem retornar ao Espírito Santo, Zona da Mata de Minas e sul da Bahia, “algo que não ocorreria há pelo menos 50 dias”. A Somar estima que o volume de água acumulada até o próximo domingo deve alcançar cerca de 50 mm a 70 mm nessa área.
Essa melhora no quadro climático nas lavouras de café pode estar pressionando as cotações futuras, segundo analistas. Os fundos de investimento, no entanto, continuam carregando saldo líquido comprado, diante das incertezas sobre a oferta global do grão em 2015.
O relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) com posicionamento de traders, referente à semana encerrada em 27 de janeiro, mostrou na sexta-feira que os fundos de investimento reduziram o saldo líquido comprado para 13.632 lotes, em comparação com 20.196 lotes no dia 20 de janeiro, considerando futuros e opções.
Já os fundos de índice elevaram um pouco o saldo líquido comprado no período de 25.718 lotes para 26.026 lotes. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos diminuíram o saldo liquido comprado de 34.694 lotes para 28.817 lotes.
As rolagens de posição para fora do março devem se intensificar, antes do início do período de notificação de entrega, a partir de 19 de fevereiro. O spread março/maio deve movimentar o volume de negócios na ICE.
Na quarta-feira da semana que vem (11), vencem as opções para março em Nova York.
Os indicadores técnicos sinalizam inclinação negativa para os contratos, embora o mercado esteja oscilando dentro de um intervalo entre 159 cents e 170 cents. Na sexta-feira, Nova York
Se recuperou voltou a romper a mínima de 160,10 cents, marcada em 5 de janeiro, mas se recuperou. O objetivo é o suporte a 157,80 cents. Em contrapartida, os contratos só devem indicar melhora acima de 170 cents.
Os futuros de arábica em Nova York subiram 1,19% na sexta, depois das perdas de cerca de 4% no dia anterior. Março/15 teve alta de 190 pontos (1,19%) e terminou a 161,90 cents por libra-peso. A máxima foi de 162,25 cents (mais 225 pontos). A mínima alcançou 159,20 cents (menos 80 pontos).
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro ficaram praticamente estáveis na sexta. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 445,43/saca de 60 kg, estável (-0,06) em relação ao dia anterior. As vendas internas do café arábica continuaram calmas na sexta. Segundo apurou o Cepea, a diferença entre os preços pedidos por compradores e os ofertados por vendedores chega a 30 reais por saca. O dólar ficou em R$ 2,685, valorização de 2,95% no mesmo período.
Com relação ao mercado de robusta, houve valorização na sexta-feira. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 288,96/saca de 60 kg, avanço de 1,66% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, foi de R$ 280,19/saca, alta de 1,40% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.
Fonte: Agencia Estado / Futuros Agricolas