Café : Futuros oscilam com mercado de olho no Clima do Brasil

22/07/13 Café da terra


Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram alta volatilidade na semana passada,influenciados pelo clima nas regiões produtoras brasileiras. O mercado chegou a avançar para os níveis mais altos dos últimos 30 dias, mas devolveram ganho com a previsão de frio insuficiente para provocar geadas nos cafezais.


De acordo com analistas, nessa época do ano as cotações dos futuros de arábica costumam se orientar com base em fatores climáticos, o weather market. Ao longo da semana, participantes estavam atentos às
previsões meteorológicas que indicavam risco de geadas, principalmente no norte do Paraná e oeste de São Paulo, onde estão instaladas importantes plantações de café.


Na quinta-feira, porém, a atualização dos modelos meteorológicos afastou o risco de frio extremo, capaz de provocar geadas nas lavouras de café. O mercado devolveu os ganhos na sexta.


A atuação de fundos de investimento contribuiu para a elevar a volatilidade dos contratos. Esses participantes cortaram o saldo líquido vendido na semana encerrada em 16 de julho, conforme mostrou o relatório de posicionamento de traders da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, em inglês), divulgado na sexta.


Os fundos passaram de saldo líquido vendido de 34.082 lotes em 9 de julho para 30.104 lotes no dia 16, considerando futuros e opções. Já os fundos de índice praticamente mantiveram o saldo líquido comprado,
passando de 56.405 lotes para 56.473 lotes. Levando em conta apenas o mercado futuro, os fundos reduziram o saldo líquido vendido de 14.987 lotes para 11.964 lotes.


Veja os gráficos dos Fundos de Investimentos no Café NY :


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Pelos gráficos, o mercado pode tentar o antigo suporte a 120 cents. A resistência é de 125 cents e a máxima do dia 6 de junho, a 131,60 cents. O contrato futuro de café para setembro/13 na ICE acabou encerrando na sexta em baixa de 3,80% (485 pontos), a 122,70 cents. A máxima foi de 130,25 cents (mais 270 pontos). A mínima foi de 121,75 cents (menos 580 pontos).


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que a queda nas cotações internacionais na sexta pressionaram o mercado físico, que voltaram aos níveis verificados na quarta-feira. O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 290,25/sc de 60 kg, forte recuo de 2,45% no dia.


Segundo o Cepea, pela manhã, as cotações da Bolsa de Nova York (ICE Futures) estavam em alta, e chegaram a subir 270 pontos, momento em que ocorreu boa quantidade de negócios. No entanto, os valores
passaram a cair. Esta oscilação se deve, principalmente, a opiniões opostas de traders quanto às previsões climáticas para o Brasil. A moeda norte-americana fechou a R$ 2,238, valorização de 0,49%.


Os preços do robusta se mantiveram praticamente estáveis no Espírito Santo. O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 256,30/sc de 60 kg. O tipo 7/8 bica corrida fechou a R$
248,99/sc – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo. Já em Rondônia, o preço subiu cerca de 5 reais por saca, por causa da grande demanda para exportação – nesta semana, houve expressivo volume de negócios no Estado, informa o Cepea.


Tomas Okuda – tomas.okuda@estadao.com


Fonte : Broadcast/Agência Estado

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