Café : Futuros mantém movimento de correção técnica

Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram ontem a quinta sessão consecutiva de alta, em movimento de correção técnica

9 de maio de 2013 | Sem comentários Mercado
Por: Joao

São Paulo, 09/05/2013 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram ontem a quinta sessão consecutiva de alta, em movimento de correção técnica. O mercado encerrou próximo da máxima de 22 de abril, a 144,50 cents e pode tentar a média móvel de 100 dias, a 145,80 cents.

Conforme analista da Icap, os futuros de arábica estão com sinais positivos, se afastando da mínima a 132,70 cents. A definição do preço mínimo de garantia pelo governo brasileiro, embora não seja o valor reivindicado pelo setor produtivo, pelo menos proporcionou uma referência de preço para os negócios no curto e médio prazos. “As cotações ao menos pararam de cair, se afastando das mínimas”, diz o
analista.

Ele acrescenta que os fundamentos do mercado de café não se alteraram. A expectativa é de aumento da oferta global, com o início da colheita da safra brasileira. A demanda, no entanto, pode mostrar sinais de reação, principalmente com a melhora do humor nos mercados.

O otimismo dos investidores aumentou ontem, entre outros fatores, por causa de indicadores macroeconômicos positivos, como a produção industrial da Alemanha, que subiu 1,2% em março, na comparação com fevereiro, contrariando as previsões de queda de 0,2%. A China, por sua vez, mostrou que a balança comercial teve superávit de US$ 18,16 bilhões em abril, acima da previsão de superávit de US$ 15,55 bilhões.

Os fundos de investimento seguem cobrindo posição vendida em café. O próximo relatório da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, em inglês), que será divulgado amanhã, deve mostrar que esses participantes liquidaram posição vendida, estima o analista.

Quanto ao clima, a Somar Meteorologia informa que a passagem de uma massa de ar seca e de origem polar derruba as temperaturas mínimas. Apesar disso, não há previsão de geadas nos cafezais. A Somar prevê o retorno das chuvas no início da semana que vem, quando uma nova frente fria irá avançar sobre toda a Região Sul e Sudeste. Os volumes previstos são baixos, mas o suficiente para gerar um
mínimo de umidade, suficiente para manter as condições favoráveis ao desenvolvimento dos cafezais.

Os contratos de café com vencimento em julho/13 na ICE acabaram encerrando ontem em alta de 1,02% (145 pontos), a 144,15 cents. A máxima foi de 144,30 cents (mais 160 pontos). A mínima foi de 141,70 cents (menos 100 pontos).

Na BM&FBovespa, os contratos futuros de arábica acompanham Nova York. O vencimento para setembro, o mais líquido, com 4.157 lotes em aberto, fechou ontem a US$ 175,35 a saca, alta de US$ 1,70. Esse valor corresponde a valor pouco acima do mínimo de garantia.

A exportação de café em abril apresentou crescimento de 34,4% em comparação com o mesmo mês de 2012. O volume embarcado foi de 2,694 milhões de sacas de 60 kg, ante 2,005 milhões de sacas em abril do ano passado, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), divulgado ontem. Em compensação, a receita cambial no mês passado teve leve redução de 1,5% na mesma base comparativa, fechando em US$ 480,6 milhões ante US$ 488,1 milhões em abril de 2012.

O mercado físico retomou negócios ontem. O vendedor mostrou interesse nos atuais níveis de preço, que voltaram a subir acompanhando a alta dos contratos futuros na Bolsa de Nova York, informa corretor de Santos (SP). O comentário é que, ainda pela manhã, café tipo 6, de boa qualidade, foi negociado a R$ 315 a saca. A Casas Sendas teria adquirido dois lotes que totalizaram cerca de 4,1 mil sacas do produto. A Rio Doce também teria comprado, à tarde, lote de 2,3 mil sacas de café tipo 6 a R$ 316 a saca. No sul de Minas, cooperativa de Boa Esperança teria vendido cerca de mil sacas a R$ 317 a saca. A Terra Forte teria adquirido lote de café duro/riado/rio a R$ 302 a saca.

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) reforçam que as vendas de arábica estiveram mais movimentadas no físico brasileiro ontem. Além da alta verificada no mercado externo, as ligeiras recuperações nos preços internos nesta semana motivaram produtores a realizar novos negócios. O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 304,79/sc de 60 kg, pequena elevação de 0,27% em relação à terça. O dólar fechou a R$ 2,005, com leve desvalorização de 0,05%.

A oferta de grãos robusta da safra nova tem feito com que os preços recuem. A demanda continua concentrada no tipo 7/8, grão que registra desvalorização menos intensa. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 250,86/sc de 60 kg, baixa de 0,21% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8 bica corrida ficou em R$ 243,198/sc, queda de 0,13% em relação à terça – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.

Tomas Okuda – tomas.okuda@estadao.com

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