CAFÉ FLUMINENSE

CAFÉ FLUMINENSE
O Rio perdeu, por equívocos de muitos governos, a posição de destaque que tradicionalmente teve no mercado do café. Sede das grandes exportadoras, foi grande porto do comércio do produto e sede de algumas das maiores torrefadoras.


Uma política tributária infeliz afastou a indústria – hoje com poucas torrefadoras, o Rio se tornou mero mercado consumidor. Aos poucos, vai perdendo profissionais qualificados, de conceito internacional, como nas empresas de prova e classificação do produto para os mercados externos. Agora mesmo, a Valor, das mais tradicionais e conceituadas, foi responsável pela mistura que empresta grande qualidade às cápsulas usadas pelas máquinas do grupo 3 Corações, união de uma multinacional com os potiguares da Santa Clara e a própria Valor. Em breve, a produção das cápsulas e máquinas do Expresso será no Brasil, mas em Minas Gerais.


Homem ligado ao interior, conhecedor da importância da atividade cafeeira, inclusive na produção que é pequena, mas de qualidade, o governador Luiz Fernando Pezão pode dar ainda neste mandato um passo na direção da nossa reinserção neste mundo que ainda é importante na economia nacional. Além do Porto do Rio, o de Angra dos Reis pode ser aproveitado na medida em que é o mais próximo do sul de Minas, onde se produz o café de melhor qualidade e hoje sedia grandes torrefadoras. Seriam necessários alguns investimentos na malha ferroviária. Hoje embarcamos pelo nosso Porto vinte por cento da exportação nacional, e alargar esta faixa ajudaria a descongestionar o Porto de Santos. O Brasil está ingressando na fase de exportar café torrado, moído e embalado aqui. O mercado vem se sofisticando, o consumidor está ficando mais exigente e a marca Brasil  é forte.


Essa volta do café, com maior valor agregado, irreversível, pode ser aproveitado pelo Rio de Janeiro, que  conhece o produto em toda sua linha e possui gente com tradição no negócio. O comércio varejista já saiu na frente e são muitas as casas dirigidas para esse público exigente.


Um conjunto de detalhes como esse é que fazem a diferença. O Rio é a capital da energia, do petróleo, dos fundos de investimentos e de pensão, mas não pode deixar de lado outras atividades que agregam bons empregos, renda e prestígio. Temos uma produção de qualidade, muito pequena, que poderia inclusive participar do PRONAF, como faz com sucesso o Espírito Santo e em poucos anos dobrar de tamanho. E gerando sempre empregos e renda.


 

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