Café: Fiscalização sobre qualidade do produto é intensa

25 de julho de 2007 | Sem comentários Consumo Torrefação

SÃO PAULO – Associação Brasileira da Indústria de café (Abic) considera que a deterioração da qualidade em parte das marcas do produto é uma ameaça ao aumento do consumo. Nesse sentido, a entidade tem monitorado a qualidade por meio do selo de pureza e do Programa de Qualidade do café (PQC). Também está em operação o Programa Nível Mínimo de Qualidade (NMQ), cujo objetivo é verificar a qualidade dos cafés fornecidos em concorrências e licitações, além das marcas próprias do varejo e de cestas básicas.


O diretor executivo da associação, Nathan Herszkowicz, afirma, ainda, que o café conillon (robusta) tem sido cada vez mais utilizado na composição dos blends das indústrias, “mas não há risco de prejudicar a qualidade, justamente por causa dos programas de monitoramento da Abic”, explica. Ele acrescenta que o café conillon já representa entre 35% e 40% do volume consumido pela indústria, de um total de 17 milhões de sacas. Segundo Nathan, a tendência é o cafeicultor investir no produto, embora existam fatores limitantes, como falta de áreas de plantio.


“O conillon tem garantido melhor remuneração ao produtor em comparação com o café arábica”, diz. Além do custo de produção mais baixo, a produtividade do conillon é maior: 40 sacas/ hectare ante 20/sacas/ hectare do arábica. O diretor executivo da Abic garante que o setor está bem posicionado e apto a receber investimento do exterior, assim como já ocorre com o segmento de açúcar e carnes.


“O volume de vendas da indústria de café é de cerca de R$ 6,5 bilhões/ano e acredito que seja suficientemente grande para atrair interesse de investidores”, diz. Ele comenta, ainda, que o setor passa por processo de concentração, o que pode ser uma tendência em direção ao mercado aberto. Em 2005/2006, as cinco maiores empresas do setor participavam com 34,46% do mercado. Esse índice subiu para 37,02% em 2006/07. No mesmo período, a participação das 20 maiores do país passou de 48,74% para 50,35%. Das 20 principais indústrias brasileiras, “todas têm condições de entrar em processo de fusão ou de capitalização por terceiros”, avalia Nathan. (Agência Estado)

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