10/09/2010
Reuters/Brasil Online
SÃO PAULO (Reuters) – O café negociado em São Paulo fechou o mês de agosto com um preço médio de 313,93 reais por saca de 60 kg, o maior valor nominal (sem considerar a inflação) desde maio de 2005, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Há cinco anos, quando o Brasil estava passando por um período de baixa do ciclo bianual do café arábica, a safra nacional sofreu com problemas climáticos, o que elevou os preços. Em maio de 2005, o melhor preço médio mensal até então, o Cepea apurou 324,55 reais por saca.
Em 2010 as cotações estão crescentes no embalo dos futuros na bolsa de Nova York, que atingiram recentemente o maior patamar em mais de 13 anos, com o mercado repercutindo entre outras coisas uma baixa oferta de grãos de alta qualidade da Colômbia.
\”Os temores quanto à próxima safra brasileira, bem como à temporada atual (2010/11) de outros países produtores, estão sustentando os preços nacionais e internacionais do arábica. A Colômbia, por exemplo, pode novamente não atingir seu potencial produtivo devido à incidência de fungos nos cafezais\”, observou o Cepea em nota divulgada nesta sexta-feira.
Segundo produtores colombianos, a ocorrência de fortes chuvas pode dificultar a recuperação da safra colombiana.
O Brasil está no final da colheita de uma grande safra em 2010/11, mas as ofertas ainda estão limitadas, segundo o Cepea, o que também colabora para a sustentação dos preços internos.
\”A colheita do arábica está adiantada na maioria das regiões brasileiras. Apesar disso, a oferta do grão não aumentou no mercado interno. Isso porque produtores têm vendido de maneira lenta, no aguardo de preços ainda mais altos.\”
Em nota, o Cepea acrescentou que muitos produtores já fecharam contratos para entrega de lotes nos próximos meses, \”reduzindo a disponibilidade no mercado\”.
\”Segundo colaboradores do Cepea, parte dos produtores está preferindo colocar à venda primeiro os lotes de menor qualidade, já que até mesmo estes estão conseguindo preços elevados. Os cafés com maior qualidade foram reservados para o cumprimento de vendas futuras e para situações de preços ainda maiores.\”
A maioria das regiões do Brasil tem menos de 10 por cento da safra para ser colhida, segundo o Cepea, que observou que até outubro os trabalhos terão sido encerrados.
(Por Roberto Samora)
Brasil Econômico – Por Roberto Samora/Reuters
10/09/10 19:20
O café negociado em São Paulo fechou o mês de agosto com um preço médio de R$ 313,93 por saca de 60 kg, o maior valor nominal desde maio de 2005, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Há cinco anos, quando o Brasil estava passando por um período de baixa do ciclo bianual do café arábica, a safra nacional sofreu com problemas climáticos, o que elevou os preços. Em maio de 2005, o melhor preço médio mensal até então, o Cepea apurou R$ 324,55 por saca.
Em 2010 as cotações estão crescentes no embalo dos futuros na bolsa de Nova York, que atingiram recentemente o maior patamar em mais de 13 anos, com o mercado repercutindo entre outras coisas uma baixa oferta de grãos de alta qualidade da Colômbia.
\”Os temores quanto à próxima safra brasileira, bem como à temporada atual (2010/11) de outros países produtores, estão sustentando os preços nacionais e internacionais do arábica.
A Colômbia, por exemplo, pode novamente não atingir seu potencial produtivo devido à incidência de fungos nos cafezais\”, observou o Cepea em nota divulgada nesta sexta-feira (10).
Segundo produtores colombianos, a ocorrência de fortes chuvas pode dificultar a recuperação da safra colombiana.
O Brasil está no final da colheita de uma grande safra em 2010/11, mas as ofertas ainda estão limitadas, segundo o Cepea, o que também colabora para a sustentação dos preços internos.
\”A colheita do arábica está adiantada na maioria das regiões brasileiras. Apesar disso, a oferta do grão não aumentou no mercado interno. Isso porque produtores têm vendido de maneira lenta, no aguardo de preços ainda mais altos.\”
Em nota, o Cepea acrescentou que muitos produtores já fecharam contratos para entrega de lotes nos próximos meses, \”reduzindo a disponibilidade no mercado\”.
\”Segundo colaboradores do Cepea, parte dos produtores está preferindo colocar à venda primeiro os lotes de menor qualidade, já que até mesmo estes estão conseguindo preços elevados. Os cafés com maior qualidade foram reservados para o cumprimento de vendas futuras e para situações de preços ainda maiores.\”
A maioria das regiões do Brasil tem menos de 10% da safra para ser colhida, segundo o Cepea, que observou que até outubro os trabalhos terão sido encerrados.