Café fecha acima dos US$ 2 em Nova York

Para analista, sumiu o ambiente de excesso de oferta que derrubou preços em 2013 Por Raphael Salomão / Globo Rural   O preço do café encerrou a sessão desta quarta-feira (5/3) acima dos US$ 2 por libra-peso na bolsa de Nova York. As variações foram acima de 1.600 pontos o que corresponde a US$ 0,16 […]

Para analista, sumiu o ambiente de excesso de oferta que derrubou preços em 2013

Por Raphael Salomão / Globo Rural

 

O preço do café encerrou a sessão desta quarta-feira (5/3) acima dos US$ 2 por libra-peso na bolsa de Nova York. As variações foram acima de 1.600 pontos o que corresponde a US$ 0,16 por libra-peso.

O contrato de maio fechou a US$ 2,0240, alta de 1.695 pontos. Na máxima do dia, chegou a US$ 2,0410. O vencimento de julho encerrou cotado a US$ 2,0435 depois de atingir a máxima de US$ 2,06. A alta foi de 1.690 pontos, a mesma do contrato de setembro, que, na máxima do dia chegou a US$ 2,07 por libra-peso, mas acabou fechando a US$ 2,0615.

“O mercado está precificando a incerteza”, afirma o diretor do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), Eduardo Carvalhaes. “Sumiu aquele ambiente de excesso de oferta, que ajudou a empurrar os preços para baixo no ano passado.”

A incerteza em relação à safra brasileira, em função dos problemas climáticos, exerce influência sobre os operadores na bolsa de Nova York. Eduardo Carvalhaes acredita que a situação de oferta e demanda deve ficar apertada neste ano. Mesmo se a produção atingir 50 milhões de sacas, o Brasil ficará “no limite”.

“Ninguém sabe qual vai ser o tamanho da safra brasileira. Há todo esse cenário sem considerar a possibilidade de vir um inverno rigoroso e comprometer ainda mais a qualidade do café”, diz ele, ressaltando que os efeitos do clima desfavorável devem ser sentidos também na próxima safra.

Carvalhaes lembra também que, no cenário de queda de preços ocorrida em 2013, fundos de investimentos que operam na bolsa ficaram “sobrevendidos” e, mais recentemente, recompraram posições. “Os fundos tem uma força muito grande. Podem levar os preços para níveis que não são bons para os profissionais do mercado”, alerta.

No mercado físico, a situação também mudou. “Os compradores foram ao mercado.” Bem diferente de 2013, explica Carvalhaes, quando os negócios eram feitos considerando a possibilidade de preços ainda mais baixos neste ano. “Os operadores vinham comprando da mão para a boca. Mudou tudo. As tradings vieram comprar mais no mercado físico para embarque entre maio e junho.”

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