Café está perto de ter seu DNA estampado nos rótulos
23/05/2008 10:48:00
Terminou no último dia 16 o período de consulta pública da resolução editada pelo Ministério da Agricultura, que pretende criar regras específicas para a rastreabilidade do café.
A partir dessa medida o consumidor terá na embalagem do produto todas as informações sobre a procedência do cafezinho que toma diariamente – desde a sua espécie, onde foi plantado, como foi torrado e como foi colhido.
O próximo passo é editar uma medida provisória sobre a resolução, a ser votada no Congresso. “A idéia é fazer com que o consumidor tenha com o café a mesma cultura que muitos têm na hora de comprar uma garrafa de vinho”, explica o assessor da comissão técnica de café da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Rodrigo Pontes.
A rastreabilidade do alimento é uma tendência atual de controle, do campo até a mesa do consumidor. Trata-se de uma espécie de radiografia do processo, dentro do qual são controlados diversos parâmetros que influenciam na qualidade do produto.
No caso do café, a certificação constitui ainda o passaporte para a sua exportação, pois sem o selo de uma entidade certificadora os produtores têm maior dificuldade de embarcar a produção. Na Alemanha, exemplificou Pontes, o consumidor não abre mão de saber todos os processos de lavoura e colheita.
Na certificação, três requisitos básicos são contemplados: o econômico, o ecológico e o bem-estar da sociedade. A percentagem de cafeicultores que adotam a certificação e rastreabilidade é extremamente baixa, devido a falta de conhecimento e preparo.
Muitos não sabem, mas o mineiro tem o hábito de consumir o café arábica. O produto é plantado em quatro grandes regiões de Minas. Entretanto, a qualidade do café muda de região para região. “Geralmente, em relevos mais elevados, a qualidade é melhor”, observa Pontes.
O consumidor também desconhece que muitos produtores misturam o café tipo arábica com o conilon, de qualidade inferior. Essa segunda espécie de café é largamente plantada no Espírito Santo. Possui aroma e sabor inferiores ao arábica. “É misturado ao café mineiro para dar volume”, destaca Pontes.
Fonte:O Tempo