Porto Alegre, 22 de outubro de 2014 – A Colômbia vive um boom de sua produção de café, graças às melhoras no cultivo e na colheita. No entanto, essa bonança, beneficiada no mercado internacional pela seca no Brasil e pela ferrugem na América Central, pode ser efêmera, segundo analistas. No último ano cafeeiro colombiano (outubro de 2013 a setembro de 2014), a produção do grão cresceu 22% com relação ao ciclo anterior, com 9,27 milhões de sacas de 60 quilos, segundo a Federação Nacional de Cafeicultores (FNC). As exportações chegaram a 8,28 milhões de sacas e aumentaram 23%, de acordo com a mesma fonte.
A recuperação da Colômbia se deve ao fato de estar começando a colher os resultados da reconversão produtiva e da renovação com variedades resistentes ao fungo da ferrugem, garantiu a FNC. As pesquisas para tornar o grão colombiano mais resistente a doenças e a renovação de 3,133 milhões de cafezais fortaleceram a produção, enquanto em outros países, caíram as exportações.
As expectativas de receitas para o setor são de US$ 2,5 bilhões até o final do ano. Porém, os analistas acreditam que a recuperação será efêmera, porque em breve virá a recuperação do Brasil. O economista, Eduardo Sarmiento, diretor do Centro de Pesquisas Econômicas da Escola Colombiana de Engenharia Julio Garavito, disse: Logo virá a recuperação do Brasil, a recuperação do problema da ferrugem na América Central e uma grande afluência do café de todas as regiões, motivada pelos altos preços (atuais) do café e o resultado será uma queda (novamente) nos preços.
O preço do café dificilmente se manterá. Além de 2015, provavelmente será difícil ver que mantenhamos esse ritmo tão forte de vendas e de produção, disse o economista chefe da financeira Credicorp Capital, Daniel Velandia. As informações são da Agência EFE, divulgadas pelo CaféPoint.
Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS