Café especiais: produção deve atingir 1 milhão de sacas, diz BSCA

31 de janeiro de 2006 | Sem comentários Cafés Especiais Produção
Por: estadão.com.br

Belo Horizonte, 31 – O volume de cafés especiais a ser
colhido na safra 2006/2007 deverá atingir 1 milhão de sacas, segundo estimativas
da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês),
incremento de 25% sobre a safra passada, que chegou a 800 mil sacas. A maior
parte deverá ser exportada principalmente para os Estados Unidos, Japão e países
da Comunidade Européia.

O crescimento pode ser considerado pouco
expressivo frente ao total estimado para a colheita deste ano, entre 40 milhões
e 43 milhões de sacas, das quais de 30 milhões a 33 milhões são arábica.
Entretanto, o segmento de especiais é o que mais cresce no Brasil, a uma taxa de
10% ao ano, enquanto que os cafés tradicionais crescem 1,5% ao ano. Por outro
lado, o ágio nos preços dos especiais costuma atingir 30% sobre as cotações dos
tradicionais.

“Temos um nicho ainda bastante estrito de mercado, mas a
qualidade do nosso café reflete-se em todo o setor, porque os demais
consumidores passam a exigir um produto melhor”, diz o ex-presidente da
associação, José Francisco Pereira.

Segundo ele, embora o café tenha
atingido patamares expressivos de valorização nos últimos meses, o ágio sobre as
cotações não deverá se alterar muito. “Os preços dos especiais são uma espécie
de amortecedor do mercado”, explica ele. Na maioria das vezes, quando o café
está muito valorizado, ele reduz um pouco de preço e quando os preços estão
maiores costuma subir. “As cotações do dólar serão o principal desafio dos
produtores este ano, porque eliminam a nossa competitividade”, afirma. Pereira
considera que o razoável seria um câmbio de R$ 2,40 a R$ 2,50 para a moeda
americana.

A BSCA realizou um seminário nos últimos dois dias para traçar
as metas para 2006, durante o qual tomou posse o novo conselho diretor da
associação. Segundo destacou o novo presidente da associação, Alexandre Frossard
Nogueira, a entidade pretende criar uma nova categoria de associados que inclua
cafeterias, restaurantes e hotéis que venderiam exclusivamente o produto
certificado pela entidade.

A promoção do produto brasileiro junto a
potenciais compradores continuará sendo feita por meio dos concursos realizados
pela entidade como o Late Harvest, de cafés naturais, cuja fase final está
prevista para maio, na Suíça, e o Concurso de Qualidade Cafés do Brasil (Cup of
Excellence) com etapa final marcada para início de novembro, em local ainda a
ser definido.

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