18/12/2013
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com retrações, ainda que pontuais, na ICE Futures US, em uma sessão calma, com vários players já se posicionando de lado, muito mais focados na adequação de seus livros contábeis para o fechamento do exercício de 2013.
Mais uma vez, a posição março flutuou próxima do nível psicológico de 115,00 centavos, ao passo que o fator “arbitragens”, que vinha dando alguma sustentação ao mercado perdeu fôlego. Os robustas em Londres, que vinham acumulando sucessivos ganhos, passaram a ser pressionados, por conta de liquidações especulativas, vendas de origens e realizações, o que fez com que os diferenciais entre robustas e os arábicas negociados na casa de comercialização norte-americana voltassem a ter um incremento. Desse modo, as ações em Nova Iorque passaram a estar centradas em aspectos efetivamente técnicos, sendo que ao final do dia o lado vendedor teve um incremento, o que abriu espaço para algumas perdas, mas com o março tendendo a se manter próximo do patamar de 115,00 centavos.
O mercado continua focado na questão da disponibilidade ampla do grão, por conta de safras expressivas de países como Brasil, Colômbia e Vietnã e muitos operadores consideram que, mais cedo ou mais tarde, vendas mais efetivas terão de ser canalizadas, visando o escoamento desse montante de grãos.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve queda de 115 pontos, com 114,15 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 115,90 centavos e a mínima de 113,85 centavos, com o maio registrando baixa de 100 pontos, com 116,35 centavos por libra, com a máxima em 117,90 centavos e a mínima em 116,05 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 53 dólares, com 1.718 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 51 dólares, para o nível de 1.717 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, a sessão desta terça-feira trouxe poucas novidades, com os volumes comercializados estando em linha com o clima mais moroso do final de ano e com as ações de comercialização se caracterizando por aspectos técnicos. No segmento externo, o dia foi de estabilidade para as bolsas de valores nos Estados Unidos, também já com um clima mais lento, característico do final de ano. O dólar teve pouca oscilação em relação a uma cesta de moedas internacionais, ao passo que o complexo de commodities softs teve baixas para café, cacau, algodão e açúcar, com o suco de laranja conseguindo registrar valorização.
“Depois de termos conseguido respirar e ‘fugir’ das mínimas de mais de 85 meses com as arbitragens, o mercado agora dá demonstrações de um retorno ao comportamento letárgico que foi característico ao longo de boa parte do segundo semestre. Por fim, conseguimos correções ligeiras para o café em Nova Iorque, que são ainda pontuais, mas que, ao menos, sinalizam que, diferentemente do expressado por muitos baixistas, há espaço para que o exercício de 2013 seja encerrado com a posição de maior liquidez dentro de um patamar de três dígitos, mesmo diante de um quadro de disponibilidade ampla”, disse um trader.
A produção de café da Colômbia pode registrar crescimentos anuais significativos safra a safra por mais alguns anos, depois de um salto de 40% em 2013, já que há milhões de pés que ainda não atingiram a idade produtiva ideal, avaliou o departamento técnico da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia). O país, segundo maior produtor do tipo arábica atrás do Brasil, replantou, desde 2008, mais de metade de sua área total de café com árvores resistentes à ferrugem e outras doenças. Dos 585 mil hectares renovados, mais de metade — 340.273 hectares — foram plantados depois de 2011, o que significa que esses cafeeiros praticamente não produziram ainda.
As exportações brasileiras no mês de dezembro, até o dia 16, totalizaram 1.67.828 sacas de café, alta de 43,96% em relação às 741.749 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 350 sacas, indo para 2.668.681 sacas.
Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 115,90-116,00, 116,50, 117,00, 117,25, 117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50 e 122,00 centavos de dólar, com o suporte em 113,85, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,75, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,80, 109,50, 109,35, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50, 107,00 e 106,50 centavos.
Fonte : Agnocafe