A indicação de Jerome Powell como substituto à Janet Yellen no FED deve trazer uma regulamentação menos restrita às instituições financeiras e não alterar a velocidade do ajuste do custo do dinheiro americano.
Donald Trump lançou seu plano de corte de impostos na quinta-feira e anunciou o novo presidente do Federal Reserve, animando o mercado acionário tendo o índice do S&P500 acumulado a oitava semana consecutiva de alta – segundo o Bloomberg o mais longo período de ganhos desde 2013.
A perspectiva de repatriamento de capitais aos Estados Unidos, o retorno de algumas empresas grandes que mudaram seu domicilio fiscal e mais dinheiro circulando entre a classe-média trouxe ânimo para o aumento de crescimento à maior economia do planeta.
A indicação de Jerome Powell como substituto à Janet Yellen no FED deve trazer uma regulamentação menos restrita às instituições financeiras e não alterar a velocidade do ajuste do custo do dinheiro americano.
O número de postos de trabalhos criados em outubro, menor do que o esperado, não deixou com que o índice do dólar recuperasse na sexta-feira para ficar virtualmente inalterado na semana.
Já as commodities continuaram fortalecendo, principalmente os componentes enérgicos e o níquel, com o CRB negociando a 192.06, 3% a menos do ponto mais alto no ano (de dezessete de janeiro) que se rompido levará o índice para as máximas de dois anos.
Cacau, café e açúcar ficaram para trás, caindo ao redor de 2% nos últimos cinco dias.
O arábica esboçou duas reações, na segunda e na quinta-feira, mas não conseguiu manter os ganhos. O teste na quarta-feira próximo de US$ 120.00 centavos por libra, ou tocando exatamente US$ 121.20 centavos, foi acompanhado pelo incremento grande do número de contratos em aberto, insuficiente, mais uma vez, para causar uma cobertura respeitável por parte dos fundos vendidos.
Londres liderou as perdas dois dias antes do começo do período de entrega do contrato de novembro, tendo o robusta atingido preços de setembro de 2016, para o dissabor dos vietnamitas. Nem mesmo as notícias de tufão no Vietnã intimidaram os vendedores do terminal.
O Real Brasileiro escorregou ainda mais, agora sob influência macroeconômica, como o default da Venezuela que está sendo desenhado e que afundou o índice de moedas emergentes, juntamente com rumores constantes da eventual incapacidade do atual governo em aprovar as reformas necessárias e das especulações sobre o quadro eleitoral de 2018.
O mercado físico de café esboçou uma reação nos dois momentos mais firmes de Nova Iorque, melhorando o fluxo internamente no Brasil ainda que não tenha alargando muito o diferencial. A demanda externa também trouxe mais consulta aos vendedores, muito embora os compradores torcem o nariz com o basis distante do que consideram desejáveis.
A Organização Internacional do Café divulgou os dados consolidados das exportações mundiais em setembro, totalizando 8.34 milhões de sacas, 15% a menos do que o mesmo mês em 2016, reflexo principalmente dos embarques baixos brasileiros.
O clima favorável para o cinturão de café brasileiro, a entrada gradual de cafés dos países da América Central e Colômbia e as seguidas falhas do contrato “C” em subir encoraja os baixistas – alguns apostam na estratégia de forçar uma liquidação da grande posição comprada dos comerciais.
Eu imagino que as duas baixas acentuadas da semana já deram uma limpada em alguns dos comerciais comprados, que jogaram a toalha, e muito embora a posição bruta vendida dos fundos possa aumentar um pouco mais, a firmeza dos diferenciais ainda devem atrair compras dos torradores em novos movimentos de baixa.
Claro que se o Real e o Peso Colombiano continuarem sob pressão o teto de vendas acaba baixando, mas o risco de se montar uma posição vendida nos atuais patamares parece desproporcional ao potencial de ganho caso as moedas dos emergentes voltem a firmar.
Tecnicamente os pontos a serem observados de suporte são 122.10, 121,20, 119,10, 115.10 e 113.00, e as resistências estão a 125.65, 127.75, 130.05 e 134.05.
Uma ótima semana e bons negócios a todos,
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting