Café : Em cenário de “mercado climático”, café tem nova alta na ICE

23/07/2013   Café da terra



Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com ganhos, permitindo uma recomposição após as fortes baixas registradas ao longo da última sessão da semana passada. Apesar dos avanços do dia, a posição setembro não conseguiu testar o nível psicológico de 130,00 centavos.


As ações do pregão estiveram centradas em compras especulativas, com os preços se mantendo, ao longo de todo o período de negociações, acima dos 120,00 centavos por libra e se posicionando, próximo do final, acima dos 125,00 centavos.


O foco dos operadores, evidentemente, esteve centrado na questão do “mercado climático”. O Brasil deve ter uma semana gelada na região centro-sul e alguns institutos de meteorologia indicam que poderão ser observadas temperaturas bastante baixas em zonas como o sul e centro-oeste de São Paulo e o Paraná. Em regiões como o sul de Minas, que conta com uma das maiores áreas cafeeiras do país, o frio também irá ser observado, mas não deverá ser tão intenso.


Mesmo diante da perspectiva de que dificilmente serão observadas geadas em regiões de café, o mercado preferiu a prudência e algumas recompras protetivas puderam ser detectadas. Para esses operadores, realizar algumas compras neste momento se mostra uma alternativa de segurança, principalmente diante da incerteza que é o clima.


Tecnicamente, o mercado vem mostrando alguma consistência, conseguindo se posicionar acima dos 120,00 centavos e até mesmo testando intervalos ligeiramente acima disso, ainda que um fator fundamental esteja influenciando parte dos avanços recentes.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição setembro teve alta de 260 pontos, com 125,30 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 125,70 centavos e a mínima de 122,60 centavos, com o dezembro tendo valorização de 270 pontos, com 127,85 centavos por libra, com a máxima em 128,05 centavos e a mínima em 125,25 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro teve queda de 24 dólares, com 1.944 dólares por tonelada, com o novembro tendo desvalorização de 20 dólares, no nível de 1.931 dólares por tonelada.


De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por compras especulativas, com o setembro conseguindo encerrar as ações do dia perto das máximas. O mercado externo teve um dia apático, com poucas oscilações para as bolsas de valores nos Estados Unidos. As commodities não tiveram um direcionamento concreto, com ouro em alta, petróleo em baixa, açúcar com valorização e a maior parte dos grãos com quedas pontuais. Já o dólar teve retração em relação a uma cesta de moedas internacionais.


“Existe uma preocupação com o clima e, por isso, o mercado se mantém atento aos boletins climáticos de várias empresas internacionais. A expectativa é que não sejam verificadas geadas agressivas, mas um bom resguardo, expresso em compras protetivas, não faz mal a ninguém”, disse um trader.


“No Brasil, foram divulgadas notícias de que as lideranças e o governo trabalham com um plano de opções que caso os produtores exerçam seu direito de vender, o governo então comprará seus cafés enxugando estoques do mercado – plano que sem dúvida é mais efetivo para os preços do que os que vinham sendo cogitados. Fora o mercado de clima para agitar as cotações, só mesmo uma definição que diminua disponibilidade de café fará a alegria dos altistas”, sustentou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.


As exportações de café de Uganda ao longo do mês de julho deverão apresentar uma retração de 5,06% ante o registrado em junho e de 2,1% em relação ao mesmo mês da temporada passada. O país vive os momentos finais de sua principal colheita nas zonas sul e sudoeste, segundo relato apresentado pela Autoridade de Desenvolvimento de Café de Uganda. Os embarques neste mês deverão totalizar 300 mi sacas ante às 306.331 sacas remetidas ao exterior julho de 2012.


As exportações brasileiras no mês de julho, até o dia 18, totalizaram 761.901 sacas de café, queda de 20,48% em relação às 958.224 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).


Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 805 sacas, indo para 2.751.983 sacas.


O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 26.142 lotes, com as opções tendo 7.726 calls e 1.550 puts — floor mais eletrônico.


Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem resistência em 125,70, 126,00, 126,25, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00, 128,40-128,50, 129,00, 129,25, 129,50, 129,90-130,00, 130,50, 131,00, 131,50 e 132,00 centavos de dólar, com o suporte em 122,60-122,50, 122,00, 121,50, 121,00, 120,50, 120,10-120,00, 119,50, 119,00, 118,50, 118,00, 117,50 e 117,00 centavos.


Fonte : Agnocafe

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