CAFÉ E SAÚDE – Café: uma xícara de prazer e de benefícios para a saúde

16 de março de 2009 | Sem comentários Café & Saúde Mais Café

O nobre do sabor
Café: uma xícara de prazer e de benefícios para a
saúde


O médico-pesquisador, o Dr. Darcy Roberto Lima, professor do Instituto de
Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador
científico da área de Café e Saúde da Associação Brasileira da Indústria de
Café(ABIC) fala sobre o assunto e diz que a história do café deveria virar
disciplina escolar


Além de prazeroso e de significar uma pausa gostosa no dia-a-dia, quebrando a
rotina profissional ou doméstica, saborear de três a quatro xícaras de café
diariamente pode trazer inúmeros benefícios para a saúde de jovens e adultos,
além de ajudar na prevenção de várias doenças e problemas. É o que afirma o
médico-pesquisador, o Dr. Darcy Roberto Lima, professor do Instituto de
Neurologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador
científico da área de Café e Saúde da Associação Brasileira da Indústria de
Café(ABIC). O professor pesquisa há mais de uma década os benefícios do café na
saúde, inclusive participando de estudos em parceria com centros médicos como a
Universidade de Vanderbilt (EUA) e o Instituto do Coração, em São Paulo.


Ele foi um dos palestrantes da 10ª Edição do Agrocafé, que se encerra
nesta quarta-feira, no Gran Hotel Stella Maris, em Salvador, na
Bahia.

Segundo Lima, o café não é remédio, isto é, não cura doenças.
Entretanto, pode ser um agente a mais que ajuda na prevenção de vários males e
problemas. Pesquisas médicas mostram que o café pode prevenir a depressão e o
suicídio, mas pacientes com esse sintoma e idéias suicidas precisam de
atendimento médico especializado, pela gravidade da doença, que é perfeitamente
tratável com grande sucesso com medicamentos e terapia cognitivo-comportamental.
“Pacientes alcoólatras também precisam de tratamento médico e, nesse caso, o
consumo de café ajuda a manter a remissão do alcoolismo, evitando um grave
problema desse mal, a cirrose. O café melhora a atenção, concentração e o
aprendizado escolar, sendo a bebida mais recomendada para estudantes de todas as
idades, em casa e na merenda escolar”, ressalta.

De acordo com o
professor, estudos mostram também que o café pode atuar na prevenção do câncer
de cólon e reto, doença de Parkinson e outras conforme a lista abaixo:


Efeitos atribuídos ao café
– Café aumenta o estado
de alerta (vigília)
– Café ajuda e estimula o córtex pré-frontal
– Café
ajuda a memória a curto prazo ( aprendizado)
– Os anti-oxidantes do café
(ácidos clorogênicos) ajudam na remoção dos radicais livres reduzindo o estresse
oxidativo nos tecidos
– Café reduz o risco de alcoolismo e cirrose
hepática
– Café reduz o risco de desenvolvimento de diabetes do adulto

Café previne cálculo da vesícula biliar
– O consumo de café esta inversamente
relacionado com o desenvolvimento de
doenças neuro-degenerativas como
Parkinson e Alzheimer
– O café protege contra o câncer de cólon, fígado, mama
, pele e outros
– O café possui atividade anti-inflamatória e protetora sobre
o sistema cardiovascular
– O café possui atividade antagonista opióide
(bloqueia o desejo por álcool, tabaco, drogas)
– O café possui um discreto
efeito anti-obesidade
– O café aumenta a performance durante o exercício
prolongado (em atletas
treinados)
– O café ajuda no alívio dos sintomas de
asma
– O café ajuda a prevenir a depressão e o suicídio


O vício

Com relação à dependência ou vicio do café,
Lima afirma que a cafeína não é uma droga e nem é viciante. “Por isto foi
excluída da Lista de Substancias proibidas pelo Comitê Olímpico e pela Agência
Mundial Anti-Drogas – wada ( www.wada.org) .
Vício é uma dependência prejudicial ao organismo, como o álcool, a morfina. O
café não possui apenas cafeína e o seu consumo é um hábito saudável como o
exercício. Sua falta – ou seu excesso – é sentida pelo organismo.

A
maioria das pessoas que toma café diariamente ignora quais são as substâncias
que estão presentes no café e pensa que o café contém apenas ou, principalmente,
cafeína. Grande engano! O café possui apenas de 1% a 2,5 % de cafeína e diversas
outras substâncias em maior quantidade. E estas outras substâncias podem até ser
mais importantes do que a cafeína para o organismo humano. O grão de café (café
verde) possui Minerais, como potássio (K), magnésio (Mg), cálcio (Ca), sódio
(Na), ferro (Fe) e manganês (Mn); Aminoácidos como alanina, ácido glutâmico,
glicina, histidina e isoleucina; Lipídeos como triglicerídeos e ácidos graxos
livres;e Açúcares como sucrose, glicose, frutose, arabinose, galactose, maltose
e polissacarídeos. 

Adicionalmente, o café também possui uma
vitamina do complexo B, a niacina (vitamina B3 ou vitamina PP de “Pelagra
Preventing” do inglês) e, em maior quantidade que todos os demais componentes,
os ácidos clorogênicos, na proporção de 7% a 10 %, isto é, 3 a 5 vezes mais que
a cafeína. Após a torra, os ácidos clorogênicos formam diversos quinídeos que
possuem vários efeitos farmacológicos, como aumento da captação de glicose
(efeito antidiabético), ação antagonista opióide (efeito antialcoolismo) e
inibidora da recaptação da adenosina (efeito benéfico na microcirculação)”,
explica.


 Relação com doenças

A cafeína chegou a ser
vinculada ao câncer, pressão alta, úlceras, problemas cardíacos, defeitos de
nascimento e condições nervosas, mas a maioria dos resultados desses estudos não
confirmam as alegações. O médico-pesquisador disse durante entrevista que devido
ao grande consumo de bebidas com cafeína, e à ocorrência crescente de alguns
tipos de câncer, chegou-se a pensar anteriormente que essa substância pudesse
ser incluída na lista de produtos cancerígenos. “Na década passada, a cafeína
foi vinculada a uma maior ocorrência de câncer das vias urinárias inferiores,
como câncer renal ou da bexiga.

Outros estudos levantaram a suspeita de
que o consumo de bebidas com cafeína poderia ser responsável pelo aparecimento
do câncer de pâncreas. Entretanto, foi confirmado mais tarde que todos os
estudos incriminadores da cafeína eram inadequados, incompletos e
insatisfatórios, não sendo possível, na atualidade, atribuir relação alguma
entre a ocorrência de qualquer tipo de câncer e a ingestão de bebidas que contém
cafeína, devido à realização recente de estudos mais criteriosos, onde foram
evidenciados a total segurança e ausência de riscos para o consumidor de cafeína
e um possível temor de desenvolver qualquer tipo de câncer. 

Uma
extensa revisão da literatura permite afirmar de forma definitiva que não
existem bases científicas para associar o consumo de cafeína com a doença
fibrocística da mama, apesar da ignorância de muitas pessoas ainda aceitarem
este equívoco como verdadeiro. Modernos estudos epidemiológicos sugerem que o
consumo moderado e regular de café (que não possui apenas cafeína) possam atuar
na prevenção do câncer de cólon, fígado, próstata e mama”, alerta.


Altas doses

Questionado se tomado em altas doses, o
café pode provocar algum mal. Dr. Darcy Lima, afirma que tudo em excesso pode
fazer mal. “As críticas ao consumo de cafeína em quantidades moderadas são
completamente infundadas, mas ainda arraigadas ao limitado conhecimento de
pessoas desinformadas. Em quantidades moderadas – o equivalente a 400-500 mg/dia
– dose de até 4 xícaras – a cafeína não é prejudicial à saúde humana, desde a
gestação até o final da vida. A administração aguda de cafeína causa um aumento
modesto da pressão sangüínea arterial, dos níveis de catecolaminas, da atividade
de renina plasmática, dos níveis de ácidos graxos livres, da produção de urina e
da secreção gástrica.

Ela altera o espectro eletroencefalográfico, o
humor e o padrão do sono em voluntários normais. O consumo crônico de cafeína
não possui efeitos na pressão sangüínea, nos níveis plasmáticos de
catecolaminas, na atividade de renina plasmática, na concentração de colesterol
no soro, nos níveis de glicose no sangue ou na produção de urina. A cafeína não
está associada com o infarto do miocárdio, nem com o câncer do trato
genitourinário inferior ou do pâncreas; com teratogenicidade ou doença
fibrocística da mama.

O papel da cafeína na produção de arritmias
cardíacas ou de úlcera gástrica ou duodenal em pessoas normais também não foi
confirmado, não havendo evidências de que a cafeína seja prejudicial ao ser
humano sadio.  Apesar do consumo de café e chá ser antigo, as pesquisas que
avaliam os efeitos do café no homem são recentes. Cerca de uma centena de
produtos químicos foi identificada no café, sendo algumas, como o ácido
clorogênico, até mais abundantes que a cafeína. A cafeína é o elemento do café
mais estudado até o momento, e o principal responsável pelas propriedades
estimulantes que deram a popularidade à bebida. Mas seu consumo moderado não é
prejudicial ao organismo”, afirma.

Já com relação à restrição, Lima diz
que o café é uma bebida saudável para pessoas saudáveis. “Doenças como úlcera,
gastrite, arritmias, ansiedade e pânico, podem ser contra-indicações para o
consumo de café. Embora o café seja um produto natural e não cause doenças em
pessoas saudáveis quando consumido de forma diária e moderada (até 4 xícaras
grandes para adultos e a metade da dose para crianças, preferencialmente com
leite), o café pode causar efeitos indesejáveis em algumas pessoas.


Existem alguns que naturalmente não gostam de café, uma questão pessoal,
mas também existem pessoas normais e saudáveis que são mais sensíveis aos
efeitos de um dos compostos do café, a cafeína, as quais podem apresentar
ansiedade, tremores, insônia e mesmo um quadro de pânico.  O café quando
tomado a noite pode prejudicar o sono da maioria das pessoas, sendo por isto uma
bebida diurna. O café consumido moderadamente (4 xícaras diárias) não causa
doenças em pessoas normais e saudáveis, da infância à velhice.

Mas
pessoas que possuem doenças – como gastrite, doença do refluxo gastroesofágico,
úlcera péptica, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico,
palpitações devido arritmias cardíacas, hipertensão arterial ou doença isquêmica
do coração – devem ter cuidado no consumo de café, pois ele pode agravar os
sintomas ou a doença, principalmente se consumido em excesso. Por isto, toda
pessoa que possua qualquer doença mental, cardíaca, gástrica ou outras, deve
consumir café com moderação, e preferencialmente após ouvir os conselhos de seu
médico. Caso sinta qualquer intolerância ao café, deve parar de consumi-lo”.


Disciplina Escolar

Para Lima, a história do café
deveria ser uma disciplina escolar. Muitos não sabem que o café é uma fruta. Ele
destaca o programa “Café na Merenda, Saúde na Escola” – um programa de cunho
educativo e científico, e tem como objetivo difundir entre os estudantes tanto a
importância do café como cultura econômica e social, quanto divulgar os
benefícios que propicia à atividade intelectual, ao aprendizado escolar e à
prevenção de doenças. “A base do projeto é a inclusão do café com leite na
merenda e no lanche oferecido pelas escolas.

Conforme demonstram estudos
científicos, o café estimula o sistema de vigília, a atenção, a concentração e
pode ajudar no aprendizado escolar. Além disso, é uma bebida energética natural
e que não engorda, não contribuindo, portanto, para o alarmante problema da
obesidade infanto-juvenil”, afirma, dizendo que ficou provado que a criança que
toma café tem menos peso que a criança que toma refrigerante.


Benéfico à saúde

“O consumo diário e moderado de café
(4 xícaras diárias ) não causa nenhum prejuízo ao organismo humano saudável e
ajuda na prevenção de um grande número de doenças. Por isto, o café é a mais
natural e saudável das bebidas disponíveis para consumo humano”, finaliza.


Saiba mais também no site www.cafeesaude.com.br
Também
participou da palestra Dr. Alessandro Fagundes.

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