ECONOMIA & NEGÓCIOS
20/07/2008
O setor agrícola contrata mais
A agropecuária contratou 92,5 mil trabalhadores e foi o setor de atividade que mais contribuiu para o recorde histórico de 309 mil vagas com carteira assinada preenchidas em junho, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O fortalecimento da atividade agrícola foi confirmado, quinta-feira, pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que previu, para 2008, expansão de 11% do agronegócio e de 29% no faturamento da agropecuária.
Os cultivos de café e de frutas cítricas, em São Paulo e Minas Gerais, lideraram as contratações. O emprego formal na agropecuária, em junho, superou em 40% o do mesmo mês do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2008, a atividade gerou 227 mil vagas formais, com crescimento de 15,4% em relação a 2007, abaixo apenas do setor de serviços, com 438 mil vagas, e da indústria de transformação, com 317 mil postos, e acima da costrução civil, que contratou 197 mil empregados com carteira.
O estoque de empregos formais aumentou 1,361 milhão no primeiro semestre e 1,883 milhão nos últimos 12 meses. O ritmo das contratações – ou, em muitos casos, da formalização de empregos já existentes – torna verossímil a previsão do Ministério do Trabalho de que serão abertos 2 milhões de vagas formais neste ano.
O Sudeste voltou a se destacar, gerando 194,7 mil empregos em junho e 910,4 mil neste ano – com participação, respectivamente, de 62,9% e de 66,8% em relação aos dados nacionais. Na região, Minas ocupou, porcentualmente, o primeiro lugar na geração de vagas, tanto em junho como no primeiro semestre.
As regiões metropolitanas de Belo Horizonte e São Paulo foram as que mais geraram vagas formais no primeiro semestre, ao lado de Curitiba. Apenas em junho, Fortaleza apresentou o ritmo mais rápido de expansão do emprego. Mas o Nordeste foi o que menos criou vagas. Alagoas, Paraíba e Pernambuco acusaram queda do emprego formal no primeiro semestre, contrastando com a expansão generalizada no País.
No Brasil, o aumento do emprego formal – de 24,3% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2007 – ajudará a economia a sustentar o ritmo de atividade, mesmo num ciclo de alta de juros. Os dados do Caged coincidem com os do IBGE, que apontam para o recuo da taxa de desemprego para 7,9% em maio, contra 10,1% no mesmo mês do ano passado.