CAFÉ: Dólar fraco sustenta ganhos em Nova York

Por: Futuros Agricolas

10-06-2015


O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltou a subir ontem, embora ainda um pouco distante da importante resistência a 140 cents. O dólar enfraquecido e um volume de cobertura de posição vendida pelos fundos de investimento podem ter contribuído para sustentar as cotações.


A moeda norte-americana voltou a perder força ontem, como na segunda-feira. De modo geral, um dólar desvalorizado implica alta do mercado de commodities, cotadas na divisa norte-americana. O petróleo e o cobre subiram firmes. Segundo analistas, alta foi impulsionada por expectativas de novos estímulos na China após dados fracos de inflação. A moeda norte-americana acabou fechando a R$ 3,098, desvalorização de 0,45% no dia.


Os fundos de investimento podem estar reduzindo o apetite por cobertura de posição vendida, já que Nova York chegou a operar em baixa no fim do pregão de ontem. Os fundos estavam com saldo líquido vendido de 18.899 lotes até 2 de junho. Esses participantes devem ter diminuído ainda mais esse volume na semana encerrada ontem (9), mas isso só poderá ser verificado na próxima sexta-feira, quando a Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC) divulgará seu relatório semanal com posicionamento de traders.


As rolagens de posição devem se intensificar, com negociação de spreads, antes do início do período de notificação de entrega do julho, a partir do dia 22 de junho. “O volume negociado na ICE deve continuar elevado com as rolagens de fundos especulativos, de índice e de tradings”, informa a consultoria Pharos, gestora de risco em commodities. Até amanhã (11), os fundos de índice vão concentrar as rolagens, seguidos de fundos especulativos e tradings, até pelo menos o dia 17 de junho.


Até segunda-feira (8), julho ainda concentrava maior volume de contratos em aberto, com 63.846 lotes. Setembro acumulava 61.221 contratos, para um total de 189.344 lotes.


O diretor de Café do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, informa que, acima de 132,40 cents, os futuros vão continuar com inclinação positiva. O próximo objetivo é a resistência 141,40 cents. Setembro, que em breve será o contrato mais ativo, tem resistência a 143,95 cents e 146,25 cents. Na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), Costa estima que o contrato para julho do robusta deve romper 1.743 dólares e 1.779 dólares, para tentar 1.800 dólares. Os suportes são: 1.695 dólares, 1.648 dólares e o gap em 1.621 dólares.


Ontem o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé) informou que a exportação brasileira de café em maio diminuiu 7,7% em comparação com o mesmo mês de 2014. Foram embarcadas 2,784 milhões de sacas de 60 kg ante 3,016 milhões de sacas em maio de 2014. Em termos de receita cambial, houve queda de 17,4% no período, de US$ 558,138 milhões para US$ 460,817 milhões.


Os futuros de arábica em Nova York fecharam ontem em alta, embora tenham trabalhado em baixa no fim do pregão. O vencimento julho encerrou em alta de 0,59% (80 pontos), a 137,35 cents. O mercado marcou máxima de 137,70 cents (mais 115 pontos). A mínima foi de 133,55 cents (menos 300 pontos).


O mercado físico de café iniciou a semana praticamente parado. Apesar da recuperação dos contratos futuros, o produtor está afastado, concentrado nos trabalhos de colheita. No exterior também não há muito interesse de compra, informa corretor de Santos (SP). O comentário na praça do litoral paulista é que café tipo 6, de boa qualidade, foi cotado a R$ 470 a saca. Café mais fraco, duro/riado, foi cotado a R$ 390/R$ 400 a saca. Grãos bebida rio são cotados a R$ 300/R$ 310 a saca.


Ontem a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou que a produção de café da safra 2015, em fase de colheita, está estimada em 44,28 milhões de sacas de 60 kg beneficiadas. Esse volume corresponde a uma queda de 2,3% em comparação com a safra do ano passado (45,34 milhões de sacas). A safra de arábica está projetada em 32,91 milhões de sacas, o que corresponde a um aumento de 1,9% em relação ao período anterior (32,31 milhões de sacas). A produção do conilon (robusta) está projetada em 11,35 milhões de sacas, o que representa uma redução de 13,0% (13,04 milhões de sacas em 2014). “Os novos números da Conab não mexeram com o mercado”, informou o corretor


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro ficaram estáveis ontem. O indicador Cepea/Esalq do Café Arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 434,86/saca de 60 kg.


As cotações do robusta continuaram firmes. O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 301,32/saca de 60 kg, avanço de 0,56% no dia. O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 289,66/saca, alta de 0,05% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.

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