CAFÉ: DÓLAR E CLIMA NO BRASIL PRESSIONAM NY

26 de fevereiro de 2015 | Sem comentários Cotações Mercado
Por: Fonte: Agencia Estado

CAFÉ: DÓLAR E CLIMA NO BRASIL PRESSIONAM NY
 Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tentaram uma reação ontem, mas acabaram sucumbindo à valorização do dólar. Tecnicamente, no entanto, o mercado está sobrevendido, sinalizando perspectiva de movimento de correção.


Ontem o dólar fechou com valorização de cerca de 1,25%, a R$ 2,8690. Nos últimos 12 meses, a alta é de 22,7%. Especula-se que a moeda norte-americana pode alcançar R$ 3,50 até o fim do ano. Segundo analistas, os riscos à macroeconomia interna decorrentes do rebaixamento da Petrobras em dois degraus pela Moody’s, com consequente perda do grau de investimento, levam investidores a uma posição defensiva, demandando dólares.


Com relação ao café, o fortalecimento do dólar ante o real e também em relação ao peso colombiano implica uma melhor remuneração aos produtores, na moeda local. Isso se reflete no aumento da oferta do grão por esses países, elevando os estoques em países consumidores.


A tendência baixista se tornou ainda mais evidente com a melhora do cenário climático nas regiões produtoras brasileiras. As chuvas de fevereiro têm caído em bons volumes, favorecendo o desenvolvimento dos cafezais. A Climatempo informa que uma frente fria avança sobre o Sudeste e fica estacionária ao largo da região nos próximos dias. A chuva começa a intensificar sobre Minas Gerais, primeiramente no sul e na Zona da Mata, podendo acumular até 70 mm. No início de março, a frente fria estacionária forma um corredor de umidade e provoca muita chuva do sul ao leste de Minas. O acumulado varia entre 70 e 150 mm nessas áreas, prevê a Climatempo.


Os indicadores técnicos mostram o mercado de arábica com sinais de sobrevendido, o que pode implicar um movimento de correção. O mercado tem suporte a 142 cents, mas o objetivo é 139 cents. O mercado chegou a avançar acima da resistência a 150 cents, ma falhou. Outros níveis importantes são 161 cents e 167 cents.


Os futuros de arábica em Nova York tiveram forte queda ontem, apagando a recuperação do dia anterior. Maio/15 acabou encerrando em baixa de 545 pontos (3,66%) a 143,45 cents por libra-peso. A máxima foi de 151,80 cents (mais 290 pontos). A mínima alcançou 142,35 cents (menos 655 pontos).


 Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro voltaram a cair forte ontem. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 432,93/saca de 60 kg, baixa de 2,95% em relação ao dia anterior. Só nesta semana, o indicador já recuou 6,52%.


Os preços do robusta também continuam caindo. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 292,54/saca de 60 kg, recuo de 1,46% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, fechou a R$ 286,30/saca, queda de 1,24% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.



 

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