As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, fecharam com queda de mais de 150 pontos nesta segunda-feira (21). O mercado acompanhou o comportamento do dólar ante a moeda das principais origens produtoras, principalmente o real, e as informações sobre as condições climáticas no cinturão produtivo do Brasil. A expectativa dos analistas para os próximos dias, no entanto, é de curtas oscilações.
“O mercado já precificou as variáveis disponíveis e com isso, movimentos fortes estão de pronto descartados”, explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Os lotes com vencimento para dezembro/15 encerraram a sessão cotados a 118,45 cents/lb e alta de 65 pontos, o março/16 teve 117,50 cents/lb com desvalorização de 150 pontos. O contrato maio/16 teve 119,75 cents/lb e o julho/16 anotou 121,85 cents/lb, ambos com queda de 155 pontos.
Após discurso do novo Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para investidores, a moeda norte-americana saltou quase 2% nesta segunda-feira e voltou a R$ 4. A nomeação de Barbosa e a falta de sinalizações contundentes de rigor fiscal na reunião decepcionou os envolvidos no mercado. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 1,93%, cotado a R$ 4,0228 na venda.
Mapas climáticos da Somar Meteorologia apontam chuvas em forma de pancadas de verão no Sudeste do Brasil nesta semana. A distribuição, no entanto, deve ser bem irregular sobre as áreas produtoras de café que receberam bons volumes nos últimos dias.
Os envolvidos no mercado também acompanharam os últimos dados de produção, consumo e estoques mundiais divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão elevou em 583 mil sacas de 60 kg, para um recorde de 148,3 milhões de sacas, a projeção de consumo mundial de café na temporada 2015/16, enquanto a produção mundial deve ficar em 150,1 milhões de sacas e os estoques em 36,692 milhões de sacas. As informações são do site internacional Agrimoney.
Na semana passada, as cotações do café arábica recuaram pouco mais de 2% no terminal norte-americano e a moeda estrangeira comercial avançou 1,88% sobre a brasileira, o que dá maior competividade às exportações e estimula o acúmulo de posições vendidas pelos fundos.
Mercado interno
De acordo com Marcus Magalhães, apesar das volatilidades de dólar e bolsa, a paradeira no mercado físico deve ser grande nesta semana de natal. “O ano já acabou em oscilações e negócios”, ressalta o analista.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 554,00 e alta de 0,91%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 5,24% e saca cotada a R$ 542,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 562,00 a saca e alta de 0,90%. A maior variação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 3,96% e saca cotada a R$ 485,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com recuo de 4,80% e saca cotada a R$ 476,00.
Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 480,74 com alta de 0,88%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis pela terceira sessão consecutiva. O contrato janeiro/16 teve US$ 1490,00 por tonelada com alta de US$ 3, o março/16 registrou US$ 1518,00 por tonelada e avanço de US$ 5, enquanto o vencimento maio/16 teve US$ 1543,00 por tonelada com valorização de US$ 4.
Na sexta-feira (18), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 379,10 com recuo de 0,23%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas