As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), referência para os negócios no Brasil, fecharam com alta acima de 450 pontos nesta quinta-feira (3). O mercado chegou a iniciar o dia do lado vermelho da tabela. No entanto, diante da forte queda do dólar ante o real, quase 2,5%, volume baixo de negócios e fundos com posição vendida, os futuros subiram bem nos terminais externos. É a terceira sessão seguida de alta em Nova York.
O contrato dezembro/15 encerrou o dia cotado a 122,05 cents/lb com avanço de 425 pontos. O março/16 teve 124,85 cents/lb e o maio/16 anotou 127,05 cents/lb, ambos com avanço de 440 pontos. O vencimento julho/16 fechou o dia com 129,10 cents/lb com 435 pontos de valorização.
Diante das expectativas sobre a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o dólar comercial fechou com queda de 2,26%, cotado a R$ 3,7488 na venda. Foi a maior queda diária desde o dia 3 de novembro, quando a moeda norte-americana recuou 2,39 por cento, informou a Reuters. Com a moeda estrangeira menos valorizada ante a brasileira, as exportações perdem competitividade. Quase todas as commodities registraram alta nesta quinta-feira.
“As bolsas para o café operaram de forma animada, e o campo positivo de forma notória acabou saindo prevalecido já que dólar em baixa é sinal claro de bolsas em alta. Vamos torcer para que esta pegada compradora continue a ser vista e assim, quem sabe, o campo positivo possa ser ‘figurinha fácil’ até o final do ano”, explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Paralelamente, outras informações também acabam ajudando a impulsionar o mercado. De acordo com informações reportadas pela Reuters, a tendência para as cotações do café é de alta. De acordo com estimativa do Rabobank, o déficit no mercado global de café deve continuar pelo segundo ano consecutivo em 2015/16 por causa de uma desaceleração esperada nas exportações do Brasil.
“Nós ainda acreditamos que os fundamentos altistas ressurgirão uma vez que as exportações brasileiras percam fôlego”, disse o Rabobank.
Já a Volcafe reduziu sua estimativa de déficit global de café em 2015/16 em cerca de um terço, após os estoques do Brasil caírem e o dos países consumidores não.
Com relação ao desenvolvimento da safra 2016/17 do Brasil, o clima continua beneficiando as lavouras das principais regiões produtoras. Informações da Somar Meteorologia apontam chuvas frequentes em praticamente todas as áreas produtoras no decorrer desta semana. Na Zona da Mata de Minas Gerais e sul do Espírito Santo, estima-se mais de 100 milímetros até 6 de dezembro.
Mercado interno
No mercado físico brasileiro, os negócios com café continuam lentos. “O setor produtivo continua arredio a conversas mercadológicas deixando as praças de comercialização dentro de um grande vazio de ofertas e expectativas”, afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 550,00 e alta de 1,29%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com baixa de 3,65% e saca a R$ 528,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 555,00 a saca e alta de 1,28%. A maior variação no dia ocorreu em Varginha (MG) com alta de 2,97% e saca cotada a R$ 520,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 515,00 a saca e valorização de 3%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
Na quarta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve valorização de 0,69% com a saca de 60 kg cotada a R$ 466,82.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também fecharam com forte alta nesta quinta-feira. O contrato janeiro/16 teve US$ 1539,00 por tonelada com avanço de US$ 40, o março/16 registrou US$ 1567,00 por tonelada com valorização de US$ 41 e o vencimento maio/16 teve US$ 1595,00 por tonelada com alta de US$ 44.
Na quarta-feira (2), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 377,36 com alta de 0,50%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas