Publicação: 22/03/07
O Paraná vai receber R$ 344 milhões até 2010 para a retomada da cultura do café. Os recursos são do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) Café e devem promover um aumento anual de 10% na área de cultivada nos próximos quatro anos, alcançando 140 mil hectares, segundo estimativa da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB). O estado, que chegou a ser o maior produtor de café do País na década de 60, hoje ocupa o quarto lugar no ranking, com uma previsão de safra, para 2007, entre 1,7 milhão de sacas e 1,9 milhão de sacas. A expectativa é que o aumento da área plantada acrescente entre 800 mil e 1 milhão de sacas à produção anual.
Segundo o secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, deverão ser atendidos cerca de 7 mil novos pequenos cafeicultores. Hoje são 13 mil em todo o estado. “O café tem grande potencial na consolidação de novas tecnologias e de novos produtos, com maior valor agregado, além de ser uma importante alternativa para diversificação de culturas. Não podemos permitir que a área decline ainda mais, sob o risco de comprometer toda a cadeia de consumo e exportação “, diz.
Desde 2000, a área plantada com café no Paraná diminuiu de 165 mil para 100 mil hectares. “A geada em 2000 e os preços pouco atrativos nos últimos anos desestimularam o produtor”, explica Paulo Franzini, coordenador do projeto de café da Seab. Hoje, segundo ele, o cenário melhorou. Com uma produtividade média de 22 sacas por hectare, o cafeicultor paranaense consegue uma boa remuneração.
De acordo com Franzini, o custo de produção está na faixa de R$ 160 por saca, para um preço de mercado de R$ 220 a R4$ 250 por saca. “A tendência é de valorização na cotação pelo menos até o final do próximo ano”, diz, ao lembrar que o consumo mundial tem aumentado. “Hoje estima-se um déficit no mercado mundial de 8 a 10 milhões de sacas de café”, diz.
Os recursos do Pronaf Café, repassados pelo Banco do Brasil, irão financiar atividades de custeio e de investimentos para a modernização das lavouras. Os valores, no entanto, serão aplicados mediante compromisso do produtor com a modernização das lavouras. De acordo com Sergio Mantovani, o gerente de agronegócio do Banco do Brasil, os agricultores interessados nos recursos deverão passar por um programa de capacitação e treinamento, além de firmar compromisso com o banco que irão aderir a novas tecnologias.
Os cafeicultores poderão financiar até 60% dos custos da lavoura, valor definido em R$ 4,6 mil por hectare. Os agricultores terão até oito anos para quitar o financiamento com até três anos de carência, com taxas de juros de 3% ao ano. Os recursos atenderão projetos – individuais ou grupais – de custeio como aquisição de mudas, adubação e tratos culturais. O programa contempla ainda investimentos como renovação ou implantação de novos plantios.
Pronaf deve promover aumento anual de 10% na área de cultivada nos próximos quatro anos e alcançar um total de 140 mil hectares
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 7)(Cristina Rios)