Além de importante polo turístico, o município de Alto Paraíso de Goiás, onde se localiza o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, também é referência na cafeicultura nacional. Os turistas que frequentam a cidade degustam um café, provavelmente levado por tropas de bandeirantes, ainda no início do século 19. Para conhecer mais sobre a história do grão naquela área e recuperar antigos cafezais, pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) foram a campo desvendar os segredos do tradicional café daquela região goiana.
O projeto possibilitou o resgate do café cultivado nas propriedades rurais e tradicionalmente consumido. Segundo os coordenadores do estudo, Paulo César de Lima e Waldênia de Melo Moura, o trabalho despertou os agricultores e familiares para a importância econômica desse produto, que pode se tornar fonte de renda e melhorar a qualidade de vida da população.
De acordo com os próprios moradores, o café da região está plantado nos leitos dos rios, rotas das tropas bandeirantes, percorridas para a exploração do País, entre os séculos 16 e 19. Com a redescoberta desse café no município, os agricultores poderão retomar a produção agrícola comercial, realizada antes de se tornar centro de turismo, em 1960, com a criação do Parque da Chapada dos Veadeiros (1961).
Desenvolvido sob a liderança da unidade Café, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e coordenado por pesquisadores da Epamig, o projeto conta com o apoio da prefeitura municipal de Alto Paraíso de Goiás e da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado (Seagro). Como resultado, mudas de café já foram produzidas pelos próprios agricultores, em viveiros instalados nas escolas rurais de três comunidades da região – Sertão, Fraternidade e Vereda. Hoje, estão sendo cultivadas nas propriedades dos interessados no plantio do café para, futuramente, comercializar o produto.