Publicado em 19/05/2014 12:33
A Bolsa de Nova Iorque (ICE Futures US) opera com leves altas para o café arábica nesta segunda-feira (19), mas as cotações seguem voláteis. Os futuros chegaram a esboçar queda e o vencimento julho/2014 chegou a cair 150 pontos no pior momento da sessão, mas receios com o tamanho da
safra brasileira sustentaram os ganhos. Por volta das 12h30 (Brasília) os contratos com entrega em julho/2014 eram negociados a 185,35 centavos de
dólar por libra-peso, avanço de 30 pontos. A posição setembro/2014 tinha cotação de 187,55 centavos de dólar, acréscimo de 25 pontos em relação ao fechamento anterior.
Na última sexta-feira (16) as cotações do café arábica encerraram a sessão com mais de 1.100 pontos de queda para os contratos de entrega mais próxima , porém, a semana encerrou com 115 pontos positivos.
A alta volatilidade da semana foi provocada principalmente pelas duas estimativas para a safra brasileira2014/15, divulgadas pelo usda/”>USDA, no dia 13, e pela Conab, no dia 15, que trouxeram números divergentes.
USDA x Conab
A estimativa divulgada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aponta para uma safra de 49,5 milhões de sacas. O número foi considerado bastante conservador por alguns cafeicultores e analistas que trabalham com mais proximidade à realidade dos campos e que afirmam que a quebra de safra será bem maior.
Já a previsão da Conab, divulgada na quinta-feira (15), aponta para uma safra de 44,57 milhões de sacas, resultado que representa uma redução de 9,33% – ou 4,58 milhões de sacas – quando comparado com a produção de 49,15 milhões de sacas obtidas no ciclo anterior, segundo a Companhia. O número ajudou os preços a se recuperarem na Bolsa de Nova Iorque, com ganhos acima de 1.200 pontos para os principais contratos.
De acordo com o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, apesar dos números divergirem em quase 5 milhões de sacas, as estimativas para a produção de arábica são bem similares. “A Conab estima a safra brasileira de arábica em 32,23 milhões de sacas e o USDA prevê 33,1 milhões sacas. É uma diferença de apenas 3%”.
Ele afirma que ambos os relatórios ajudaram a consolidar no mercado a noção de uma forte perda na produção de arábica, sinalizando oferta apertada em um futuro próximo. Por outro lado, a Conab e o USDA trazem números muito diferentes para a safra brasileira da variedade robusta (conilon). A Conab estima produção de 12,33 milhões de sacas e o USDA prevê uma produção de 16,4 milhões de sacas. “É uma diferença de 33%, ou 4 milhões de sacas… Ou seja, um dos dois errou feio”.
O site norte-americano Agrimoney informou que, se as previsões de quebra de safra se confirmarem, esta será a primeira vez desde 1990 que o Brasil tem redução de produção em duas safras consecutivas, com risco de que a redução se estenda ainda por uma terceira safra (2015/16).
A oscilação segue volátil porque os números exatos só serão conhecidos no processo de beneficiamento do grão.
Setor em expansão
Agências internacionais continuam divulgando o rápido e contínuo crescimento do mercado de café em todo o mundo, principalmente no setor de cafés especiais. Em matéria publicada, o site norte-americano Financial Times informou que “…o café atrai investidores porque é um dos setores que mais crescem na indústria de alimentos e bebidas, principalmente na produção de café em cápsulas, que possibilita uma alta margem de lucro em um mercado com pessoas dispostas a pagar por mais conveniência e por sabor melhor”.
Fonte: Notícias Agrícolas