CAMINHOS DO CAMPO
17/12/2009 | Da Redação
O Brasil fecha 2009 com produção de 39,47 milhões de sacas de café, 9,4% a mais que em 2007. Pela bienalidade, a cultura rende mais em anos pares. Na comparação com o ano passado, a colheita caiu 14%. O resultado, no entanto, é o melhor da última década em ano de bienalidade negativa. Superou inclusive o de 2004, quando a produção ficou em 39,27 milhões de sacas. O balanço, quarta e última estimativa sobre o café conilon e arábica de 2009, foi divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A evolução mostra que os produtores buscam maior produtividade e qualidade. Com a queda menor nos anos ímpares, os cafeicultores buscam manter a renda em patamares sustentáveis. O retorno é considerado baixo na produção extensiva no Paraná, principalmente onde não há irrigação ou diferencial de qualidade. O estado reduziu sua área de cultivo em 30% na última década, para cerca de 97 mil hectares, e segue com 4% da produção nacional (1,5 milhão de sacas)
Os resultados desta safra poderiam ser melhores se o clima tivesse ajudado. As chuvas dos últimos meses prejudicaram a maturação e a colheita do café. Boa parte do grão colhido tem qualidade inferior à esperada. O café arábica, o mais cultivado, teve redução 4 pontos maior que a média de 14% (2008/2009). No Paraná, esse índice chegou a 43,8%, o que mostra claramente os efeitos do clima. Em Minas, o maior produtor nacional, com 48% da área cultivada, a queda no arábica foi de 16,8%.
As áreas de café não caem só no Paraná. Em âmbito nacional, o cultivo foi reduzido em 3,54% no último ano, para 2,09 milhões de hectares – 76,89 mil hectares deixaram de ser cultivados. O levantamento da Conab mobilizou 180 técnicos em todo o país.