Nesta tarde de terça-feira (8), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam do lado vermelho da tabela e estendem as perdas da sessão anterior. O mercado volta a se basear no câmbio, o dólar comercial avança mais de 1,5% ante o real, além de informações mais otimistas para a safra 2016/17 do Brasil. As informações são de agências internacionais. Pela manhã, o vencimento março/16 chegou a ficar abaixo de US$ 1,25 por libra-peso. No entanto, todos os vencimentos recuperaram esse importante patamar no início da tarde.
Por volta das 12h46, o vencimento março/16 tinha 125,35 cents/lb com baixa de 70 pontos, o maio/16 anotava 127,55 cents/lb com queda de 60 pontos. O contrato julho/16 operava com 129,25 cents/lb e desvalorização de 90 pontos, enquanto o setembro/16 registrava 131,10 cents/lb com 95 pontos negativos.
Após abrir em baixa, o dólar comercial avança mais de 1,5% ante o real nesta terça-feira e isso influência diretamente nos preços das commodities, pois dá maior competitividade às exportações. Os investidores repercutem no mercado a divulgação de dados fracos sobre a economia da China, queda nos preços do petróleo e baixo volume de negócios. Às 12h40, o dólar subia 1,57%, cotado a R$ 3,818.
Outro aspecto que também acaba pressionando os preços do arábica no terminal externo são dados mais otimistas para a safra 2016/17 do Brasil. Segundo informações reportadas ontem pela Reuters, com base em entrevista do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. O Brasil poderá colher entre 47 milhões e 49 milhões de sacas de 60 kg no ano que vem, um crescimento de até cerca de 15% ante a colheita de 2015.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o Assessor Técnico da Comissão Nacional do Café da CNA, Fernando Rati disse que diante deste cenário um pouco mais otimista para o café, a produção em Minas Gerais, maior estado produtor de arábica, deve subir até 20% na próxima temporada, podendo chegar a 24 milhões de sacas de 60 kg.
Por outro lado, representantes do setor afirmam que apesar das perspectivas para a próxima safra serem um pouco melhor, a situação ainda demanda atenção. “Estimo que recebemos em 2015, até agora, de 900 a mil milímetros de chuva, quase o mesmo que nos dois últimos anos juntos. No entanto, essas precipitações ainda não são suficientes para garantir uma boa produção. O mês de janeiro costuma ter altas temperaturas e menos chuvas, isso pode acabar abortando chumbinhos”, explicou o presidente do Sindicato Rural de Boa Esperança (MG), Manoel Joaquim da Costa.
Nas praças de comercialização do Brasil os negócios com café seguem lentos. “Os preços continuam sustentados, mas a liquidez envolvida na rotina é curta, o que vem deixando os dias morosos e sem perspectivas de melhora no curtíssimo prazo”, disse o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães ontem.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas