15/04/2015
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta quarta-feira (15) com alta e estendendo os ganhos da sessão anterior. Foi mais uma sessão de intensa volatilidade em que os futuros chegaram a oscilar nos dois campos.
O vencimento maio/15 encerrou o pregão de hoje com 135,80 cents/lb e valorização de 120 pontos, o julho/15 teve 137,35 cents/lb com avanço de 70 pontos, o setembro/15 encerrou com 140,00 cents/lb e 55 pontos de alta e o dezembro/15 teve 143,70 cents/lb com 40 pontos positivos.
Segundo o analista João Santaella, o mercado avançou nesta quarta-feira em correção técnica. “As cotações subiram hoje em Nova York seguindo o movimento de ontem, mais em função da queda do dólar contra o real no Brasil”, diz.
A moeda norte-americana encerrou o dia com desvalorização de 0,93%, cotada a R$ 3,0343 na venda. O dólar mais valorizado que a moeda brasileira encoraja as exportações de café do Brasil.
“Acredito que o mercado vai continuar num ‘range’ entre suporte em 134,00 e 135,00 cents/lb e resistência a 150,00 cents/lb, porém se as cotações chegarem a esse patamar pode haver forte recompras dos Fundos de Investimentos”, explica Santaella.
Apesar de esta ser a segunda sessão de alta na bolsa norte-americana, vale lembrar que as recentes estimativas privadas de safra apontam produção superior a do ano passado, o que seria um fator baixista e que fez o mercado cair na segunda-feira.
A Wolthers Douque, com sede na Flórida, por exemplo, estima que a safra 2015/16 seja de 45,6 milhões de sacas de 60 kg, ante as 44,21 milhões de sacas na temporada anterior.
Informações de agências internacionais também dão conta que o cenário das plantas combinadas com a frutificação no sul de Minas Gerais e às boas exportações em março reduziram o número de investidores altistas no mercado.
ABN reduz previsões
Segundo informações divulgadas nesta quarta pelo site Agrimoney, a ABN Amro reduziu suas previsões para os preços do café a níveis abaixo do que os investidores estão precificando, cerca de 130,00 cents a libra peso. O motivo seria a fraqueza do real ante o dólar e as chuvas recentes no cinturão produtivo.
A ABN ainda prevê mais uma queda na safra brasileira de café ressaltando que o consumo estimado deve chegar a 149 milhões de sacas.
Algumas instituições como a já citada Wolthers e a Volcafe, estimam aumento na produção de café do Brasil este ano, embora em níveis abaixo do potencial produtivo do país.
Estoques de café verde dos EUA caem pelo quinto mês consecutivo
De acordo com informações do relatório de março da Green Coffee Association (GCA), os estoques de café verde (em grão) dos Estados Unidos caíram 116.443 sacas de 60 kg em março, uma vez que totalizaram 5.035.109 sacas.
Os cafés depositados nos armazéns da GCA no final do mês passado atingiram 5.151.552 sacas. A redução em março completa uma sequência de cinco meses de recuo nos estoques norte-americanos.
Mercado interno
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP com R$ 510,00 a saca e queda de 1,92%. A maior variação no dia foi na cidade de Varginha-MG onde a saca recuou 4,85% e está valendo R$ 490,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP com R$ 520,00 a saca e valorização de 3,79% em relação ao dia anterior. Foi a variação mais expressiva no dia dentre as praças de comercialização.
O tipo 6 duro também teve maior valor em Franca-SP com R$ 480,00 a saca – estável. A oscilação mais expressiva no dia foi em Guaxupé-MG com alta de 1,12% e saca valendo R$ 453,00.
Na terça-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,81% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 442,60.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas