Café: Contratos na Bolsa de NY fecham semana com baixa de 150 pontos

28/06/2013

A desorientação sobre o rumo do mercado de café continuou pressionando os preços e desestimulando os negócios no mercado físico brasileiro. Estamos terminando o ano-safra 2012/2013 e tanto o Ministério da Agricultura como o CNC – Conselho Nacional do Café ainda não se pronunciaram sobre o tamanho do estoque de passagem no Brasil, em 30 de junho próximo, quando termina o atual ano-safra.


O mercado continua trabalhando com estimativas de produção, tanto para a safra que termina como para a que se inicia, bem acima dos números oficiais brasileiros, levantados pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento e, como decorrência, com números para o estoque brasileiro de passagem que não seriam possíveis se as estimativas oficiais estivessem corretas.


A esta altura, não se encontra um único analista ou operador que acredite nos números do governo federal.


O problema agora é que sem um reconhecimento oficial desta situação e a divulgação dos estoques corretos de passagem, a imaginação e a especulação correm soltas no mercado, desenhando, em nossa opinião, um cenário pior que o real. Muitos operadores acreditam que os números divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA -USDA estejam próximos da realidade.


Parte dos cafeicultores que ainda possuem estoques da safra que agora termina, adiam a decisão de vender seus últimos lotes aguardando do governo federal a adoção das medidas de sustentação de preços pleiteadas há meses pelo CNC – Conselho Nacional do Café.


A entidade agendou para a próxima segunda-feira, primeiro de julho, audiência com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e com o ministro da Agricultura e seu secretário de Produção e Agroenergia.


O objetivo das audiências é definir a implantação dos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural – PEPRO e a possibilidade de realização de leilões de Opções Públicas de venda de café ao governo federal.


Em nossa opinião as medidas pleiteadas pelo CNC são necessárias e urgentes. As cotações já foram bastante pressionadas e estão abaixo do custo de produção, mesmo dos cafeicultores mais capitalizados, com lavouras irrigadas e mecanizadas. Sentindo a falta de reação do governo federal, já se ouve especuladores falando em novas e fortes baixas quando o período de geadas terminar e a nova safra chegar ao mercado.


O clima de descontentamento em nosso país e as incertezas geradas com os protestos em todo o país, bem como as fortes oscilações do real frente ao dólar, contribuíram com a desorientação do mercado esta semana.


As chuvas estão atrasando a colheita em diversas regiões produtoras de café no Brasil. A perda de qualidade já é uma realidade, preocupando bastante operadores e traders.


Até o dia 27, os embarques de junho estavam em 1.279.049 sacas de café arábica e 80.827 sacas de café conillon, somando 1.359.876 sacas de café verde, mais 109.073 sacas de café solúvel, contra 1.314.513 sacas no mesmo dia de maio. Até o dia 27, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 2.167.069 sacas, contra 1.907.703 sacas no mesmo dia do mês anterior.


A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 21, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 28, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 110 pontos ou US$ 1,45 (R$ 3,23) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 21 a R$ 354,28 /saca e hoje, dia 28 a R$ 354,84 saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 150 pontos. No mercado estável de hoje, são as seguintes cotações por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2012/2013, condição porta de armazém:


R$315/320,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$305/315,00 – FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$290/300,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$280/290,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$275/280,00 – RIADOS.
R$270/275,00 – RIO.
R$265/270,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$260/265,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.


DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 2.2280 PARA COMPRA.


Fonte: Escritório Carvalhaes

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