Porto Alegre, 23 de novembro de 2015 – Esta edição do Relatório
Internacional de Tendências do Café (vol.4 n9), do Bureau de Inteligência
Competitiva do Café, com base nos números globais de consumo do café
projetados para os próximos dez anos pela Organização Internacional do Café
– OIC, aponta o desafio dos países produtores em atender à crescente demanda
mundial.
De acordo com a OIC, no ritmo atual do aumento de consumo, em média 2% ao
ano, isso pode representar um adicional de 25 milhões de sacas no próximo
decênio. O Brasil, maior produtor e expo rtador mundial de café, todavia,
graças aos avanços da pesquisa cafeeira brasileira, possui condições de
atender grande parte dessa demanda adicional. Para isso, de acordo com os
analistas do Bureau, o País terá que continuar sendo competitivo, em termos de
sustentabilidade, eficiência e, principalmente, gestão.
As edições do Relatório do Bureau estão disponíveis no Observatório
do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café e
apresentam periodicamente, em nível mundial, destaques do agronegócio café e
tendências do setor com foco na produção sustentável, nas principais
indústrias e torrefadoras e cafeterias em nível mundial, entre outros temas
relevantes para o setor. O relatório é produzido na Universidade Federal de
Lavras – Ufla, uma das dez instituições fundadoras do Consórcio.
Produção – Nas suas análises do setor cafeeiro, o Bureau de
Inteligência Competitiva do Café, nesta 9 edição publicada em novembro de
2015, destaca que a produção de café no mundo enfrenta inúmeros desafios.
Entre eles, ferrugem na América Central, calor e chuvas insuficientes no Brasil
e a falta de tecnologia na África são alguns dos problemas que afetam a
oferta do grão, segundo o relatório. Ao considerar o crescimento constante do
consumo global de café, começam a surgir preocupações quanto à capacidade
de os principais produtores garantir em a oferta para os próximos anos e
décadas.
O documento analisa pontos importantes da produção mundial, como o
desafio de atendimento do crescimento do consumo mencionado, como a produção
na América Central, especialmente no México, Guatemala, Honduras e El
Salvador. E, ainda, na América do Sul, com destaque para a Colômbia; Quênia,
na África, e Indonésia – Ásia.
Café robusta – Em relação especificamente a essa espécie, o Bureau com
base em projeções de um grande grupo empresarial do setor cafeeiro, destaca
que o consumo mundial do robusta, em 2030, deverá corresponder a 55% da
produção mundial. E ainda que o crescimento na oferta dessa espécie se deve
ao menor custo de produção em relação ao arábica, o que é atrativo tanto
para cafeicultores quanto para as indústrias de torrefação. Nesse caso,
poderá ocorrer valorização dos grãos de café arábica de melhor qualidade,
mas também pode ocorrer um nivelamento de preços entre arábicas de baixa
qualidade e robustas, tendo em vista que novas tecnologias têm melhorado a
qualidade dos robustas ultimamente.
Indústria – No que diz respeito a esse tópico do Relatório, as
análises sugerem que novas oportunidades de negócios do café surgem como
consequência do aparecimento de novas tendências de consumo. A partir dessas
tendências, as empresas têm criado produtos e servi&cced il;os para satisfazer as
necessidades dos seus consumidores. Como exemplo, o Relatório ressalta que a
indústria de cápsulas de café tem desenvolvido novos produtos – como bebidas
geladas – para serem utilizados em máquinas que antes eram exclusivas para a
preparação de café. As novas tendências impactam o mercado e requerem
pesquisa e inovação, o que levam a indústria do café a reavaliar as
estratégias usadas para promover e impulsionar o aumento de suas vendas.
Cafeterias – O Bureau de Inteligência Competitiva do Café, em relação
ao comércio do varejo do café, aponta no relatório que \”Nota-se uma maior
preocupação por parte das empresas em demonstrar seu auxílio e suporte aos
produto res, seja durante a produção ou em momentos de crise, o que beneficia a
imagem da empresa perante seus consumidores. Quanto aos clientes, percebe-se
uma maior preocupação em consumir produtos que sejam certificados e que
beneficiem a sociedade e o meio ambiente, tornando-os mais exigentes e fazendo
com que a certificação não seja uma vantagem competitiva, mas sim, um
pré-requisito para a sua compra\”.
O Bureau, ainda em relação ao varejo, observa também que \”a indústria
de café passa a investir cada vez mais em patrocínios de grandes eventos
esportivos ou em atletas e times com grande visibilidade, principalmente para
gerar maior conhecimento do público quanto ao seu produto. Essa ação estimula
a compra da marca por aficionados pelo esporte, gerando assim uma maior
identificação com seus produtos, podendo alavancar suas vendas devido à
exposição midiática\”. Com relação às cafeterias, são destacadas algumas
grandes empresas do setor que atuam no Reino Unido, na China, no Quênia, além
da comercialização de cafés certificados especificamente do Brasil, que é o
maior produtor e fornecedor desse tipo de café no mundo.
As informações partem da Embrapa Café, noticiou a Rede Social do Café.
Revisão: Tarcila Mendes (tarcila.freitas@safras.com.br) / Agência SAFRAS