Calor excessivo prejudicou a safra 2024 e, na medida em que a colheita avança, está se confirmando a perda
Por Kikina Sessa/ ES Brasil
Presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas, o café segue se consolidando como o principal arranjo produtivo agrícola do Estado, sendo o primeiro em geração de divisas. Nos primeiros seis meses deste ano foram exportadas aproximadamente 3,8 milhões de sacas de café conilon, sendo 3,5 milhões de café cru em grãos e 296,5 mil equivalentes em solúvel. Além disso, outras 258,5 mil sacas de arábica foram comercializadas, perfazendo um total de quatro milhões de sacas de café no primeiro semestre.
No entanto, o calor excessivo prejudicou a safra 2024 e, na medida em que a colheita avança, está se confirmando a perda que, segundo o presidente da Federação da Agricultura no Estado (Faes), Júlio Rocha, pode chegar a até 70%.
“O ideal seria perda em torno de 20%, mas, ao que tudo indica, teremos de 30% a 70% de perdas”, disse em entrevista ao portal ES Brasil.
O presidente da Faes deu um exemplo com informações de produtores de Jaguaré. “Eles pegam 50 gramas de café e contam os grãos. Em 2022 foram 389 grãos em 50 gramas de café. Em 2023 foram 365. Melhorou um pouquinho, já que o grão estava mais robusto. Mas, neste ano, foram 524 grãos em 50 gramas de café. Devido ao excesso de temperatura, os grãos ficaram prejudicados.”
No cenário geral, Júlio comenta que o Espírito Santo está bem, porque mantém posições de vanguarda, como o maior produtor de café conilon do Brasil. “Graças a pesquisas do Incaper, temos os cafés clonais, que têm produtividade de 100 a 150 sacas por hectare”.
O Estado também tem posição de vanguarda na produção de mamão, sendo o segundo produtor nacional e o primeiro exportador, e nas especiarias, como gengibre e pimenta do reino.
O agro tem uma empregabilidade expressiva no Espírito Santo, em torno de 500 mil pessoas trabalhando. “Apesar disso, temos falta de mão de obra, o que fez com que o uso da tecnologia de precisão avançasse. Hoje estão sendo usadas muitas colheitadeiras mecânicas no Norte do Estado, com várias etapas de aperfeiçoamento para evitar acidentes”.
Segundo o presidente da Faes, a pecuária de corte se destacou no primeiro semestre do ano por conta da tecnologia, manejo, alimentação e genética. “Um tempo atrás o animal bovino chegava ao abate com 4 ou 5 anos. Hoje, com 2 anos, ele chega a uma performance maior do que aquele de 4 anos”.
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