CAFÉ: COMERCIALIZAÇÃO DA SAFRA 2008 NO CERRADO MINEIRO JÁ ATINGE 35%

Por Lessandro Carvalho / lessandro@safras.com.br

SAFRAS (09) – Os produtores de café do cerrado mineiro destacam-se por usar as ferramentas de comercialização antecipada da safra que está por ser colhida. Este ano não tem sido diferente. A estimativa é de que 35% da safra que será colhida a partir de junho já esteja comprometida com negócios antecipados/futuros. É o que indica o vice-presidente do Conselho das Associações de Cafeicultores do Cerrado (Caccer) e presidente da Coocaccer de
Carmo do Paranaíba (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado – Núcleo Carmo do
Paranaíba), Jerry Magno Resende.

O dirigente ressalta que os produtores utilizam muito ferramentas como a CPR (Cédula de Produto Rural), troca por insumos e fixação para entrega futura. “O produtor do cerrado é o que mais usa essas ferramentas antecipadas de comercialização”, afirma Jerry Resende. Observa que o preço futuro nas bolsas mantém-se melhor que a cotação atual do mercado físico, o que atrai o produtor.

Além disso, o produtor se capitaliza e se financia através dessas negociações para um período de altos custos que é o da colheita.

Em relação à comercialização da safra de 2007, Jerry Resende acredita que mais de 90% da produção esteja vendida. No entanto, depois do início de março, com as quedas nos preços internacionais, o ritmo de negócios foi diminuído. De qualquer forma, é pouco o café restante até a colheita. “Vamos chegar até a colheita com estoques zerados”, alerta.

A colheita iniciará em junho, segundo Jerry Resende. As floradas ocorreram em outubro, e não em setembro, e tem chovido bem em março e abril, o que pode retardar o amadurecimento do grão. Assim, os trabalhos só devem começar na segunda quinzena de junho no cerrado mineiro. 

A granação foi boa e a safra deverá confirmar no cerrado a estimativa da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), de uma produção entre 4,1 e 4,4 milhões de sacas. Entretanto, há grandes preocupações com o aumento nos custos.

Observa que o preço atual do mercado não é remunerativo para o produtor, especialmente levando-se em conta que o custo de fertilizantes e mão-de-obra cresceu. Avalia que os custos totais subiram no mínimo entre 10% e 15%.

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