O mercado repercute o bom humor generalizado nos mercados globais, o que impacta o câmbio e influencia diretamente nas exportações das commodities.
Nesta segunda-feira (22), os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) subiram mais de 400 pontos nos principais vencimentos e voltaram ao patamar de US$ 1,20 por libra-peso, após testarem nas últimas sessões a mínima de US$ 1,13/lb. O mercado repercute o bom humor generalizado nos mercados globais, o que impacta o câmbio e influencia diretamente nas exportações das commodities.
Os lotes com vencimento para março/16 encerraram a sessão cotados a 119,85 cents/lb com alta de 410 pontos, o maio/16 teve 120,60 cents/lb com avanço de 405 pontos. Já o contrato julho/16 anotou 122,30 cents/lb com 390 pontos positivos, enquanto o setembro/16 registrou 123,85 cents/lb com 370 pontos de valorização.
De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a semana nos mercados globais começou de forma positiva e com boas ordens de recompras sendo registradas na maioria dos ativos. “Os investidores sem terem variáveis novas para serem precificadas, aliado a alta do petróleo, resolveram cobrir posições vendidas a descoberto no mercado e desta forma, um rally de alta acabou sendo presenciado nos terminais internacionais”, explica.
Para amanhã, o analista acredita em um movimento de realização de lucros no início dos trabalhos, ainda assim pondera que “o viés do negócio café é bom”.
De acordo com agências internacionais, o recuo do dólar ante o real contribuiu para o avanço nas cotações do arábica na ICE. A moeda estrangeira chegou a ficar abaixo de R$ 3,95, após a China anunciar novas medidas para enfrentar as incertezas nos mercados financeiros e em meio à alta nos preços do petróleo, o que acaba dando suporte às cotações no terminal externo uma vez que desencoraja as exportações. O dólar comercial fechou o dia com queda de 1,82%, cotado a R$ 3,95 na venda.
Com a ausência de novidades fundamentais, o mercado tem repercutido bastante nos últimos dias aspectos mais técnicos, como as rolagens de posição que garantiram a baixa por três sessões consecutivas na semana passada. No Brasil e em outras origens produtoras, os relatos são de que a safra 2016/17 será boa. Desta forma, o câmbio ainda deve continuar impactando os preços no terminal externo.
“O pico da entressafra no Brasil e a proximidade da primavera no hemisfério norte não atrai muito os compradores, que pacientemente preferem aguardam ofertas mais atrativas para o segundo semestre do ano – muito embora busquem cobrir suas necessidades de curto-prazo no spot”, afirmou o diretor de commodities do banco Société Générale, Rodrigo Costa.
No cinturão produtivo do Brasil, as chuvas voltaram a ser mais abrangentes neste final de semana. Segundo mapas da Somar Meteorologia, a previsão é de chuva generalizada nesta segunda-feira entre o Paraná e Minas Gerais, estados que contam que importantes áreas produtoras.
Mercado interno
Os negócios com café nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos com os produtores aguardando melhores patamares para retornar ao mercado. No entanto, os preços seguem firmes.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 557,00 e alta de 1,27%. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com avanço de 1,89% e saca cotada a R$ 540,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 557,00 a saca e alta de 1,27%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP), Guaxupé (MG) e Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca, preço estável, alta de 1,39% e queda de 0,97%, respectivamente. A maior oscilação no dia ocorreu em Patrocínio (MG) com avanço de 3,13% e saca a R$ 495,00.
Na sexta-feira (19), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 491,55 com alta de 0,77%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta segunda-feira. O contrato março/16 registrou US$ 1376,00 por tonelada e queda de US$ 8, o maio/16 teve US$ 1414,00 por tonelada e recuo de US$ 3, enquanto o julho/16 anotou US$ 1444,00 por tonelada e valorização de US$ 2.
Na quarta-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 398,65 com queda de 0,20%.
Fonte: Notícias Agrícolas