Café: Com pressão do câmbio, Bolsa de NY recua pela quinta sessão seguida, mas consegue manter patamar de US$ 1,20/lb

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta terça-feira (25) com queda de mais de 100 pontos nos principais vencimentos. O mercado até chegou a operar no território positivo durante parte da manhã em recuperação técnica após quatro quedas consecutivas, mas não teve força e voltou a refletir a questão cambial.


O contrato dezembro/15 encerrou a sessão cotado a 120,55 cents/lb com queda de 115 pontos, o março/16 teve 124,05 cents/lb com baixa de 120 pontos. O vencimento maio/16 teve 126,25 cents/lb e o julho/16 registrou 128,40 cents/lb, ambos com desvalorização de 125 pontos.


O mercado financeiro, mesmo que em menor intensidade, ainda reflete a queda das ações chinesas. Desta forma, o dólar avança forte ante as moedas dos países emergentes como Brasil, Colômbia e Vietnã, que são produtores de café. O real menos valorizado ante o dólar encoraja as exportações da commodity.


A moeda norte-americana encerrou esta terça-feira cotada a R$ 3,6084 na venda com avanço de 1,57%. Nas últimas três sessões, o dólar acumulou alta de 4,30%.


Apesar desta ser a quinta sessão consecutiva que as cotações do café arábica recuam, a expectativa dos analistas é positiva. “Na minha visão, o quadro fundamental ao café nem de longe dá margem para que qualquer nova batida seja vista, e assim, um grande processo de acomodação dos patamares ficou notório”, afirma o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães.


Outro fato que também tem sido pauta entre os envolvidos no mercado é a previsão de chuva nesta semana no cinturão produtivo de café do Brasil. Essas precipitações, se confirmadas, podem favorecer a abertura das primeiras flores, fundamentais para a formação da safra a ser colhida no próximo ano. Entretanto, também há o temor de que elas possam prejudicar os trabalhos finais de colheita.


Apesar dos institutos meteorológicos apontarem chuvas de até 40 milímetros para esta semana em algumas localidades, o Sul de Minas, principal região produtora de café do país, ainda não registrou precipitações. Nesta terça, o tempo por lá está encoberto e pode haver chuvas nas próximas horas.


Mercado interno


Segundo Marcus Magalhães, no Brasil as negociações são escassas, mas os preços estão sustentados. “Independente do quadro de bolsa ou dólar, o setor produtivo não aparece nas praças de comercialização, inviabilizando e muito qualquer chance de haver no front aumento da liquidez”, afirma o analista.


O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 515,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP), a saca caiu 10,53%, para R$ 510,00.


O tipo 4/5 também registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 515,00 a saca – estável. A maior variação foi registrada em Varginha (MG) onde a saca subiu 4,40% e agora está cotada a R$ 475,00 a saca.


O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Araguarí (MG) com R$ 480,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 425,00 e queda de 5,97%.


Na segunda-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 2,59% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 437,59.


Bolsa de Londres


As cotações do café robusta na ICE Futures Europe, mais uma vez, seguiram o terminal norte-americano e fecharam em baixa. O contrato setembro/15 está cotado a US$ 1579,00 por tonelada com queda de US$ 20, o novembro/15 teve US$ 1611,00 com desvalorização de US$ 16 e o vencimento janeiro/16 anotou US$ 1628,00 por tonelada e US$ 18 de baixa.


Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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