08/07/2015
Nesta quarta-feira (08), as cotações futuras do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram o pregão com leves ganhos, após passar o dia em campo negativo. Na sessão de hoje, os preços foram influenciados pela forte alta do dólar, como uma consequência do cenário político e econômico. Porém, os principais vencimentos não conseguiram recuperar perdas das últimas sessões, com o principal contrato negociado ainda abaixo dos 125 cents.
Com isso, o vencimento setembro/15 encerrou com ganho de 25 pontos e cotado a US$ 124,95 cents/lb. O contrato dezembro/15 conseguiu ganhos de apenas 5 pontos e fechou a US$ 128,40 cents/lb, enquanto março/16 encerrou a sessão a US$ 132,00 cents/lb.
Segundo o analista do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, a alta do dólar é um dos fatores que levaram o mercado a apresentar esta leve recuperação, além dos motivos técnicos. O dólar, que fechou a R$ 3,23 por influência da China, que teria levado investidores a buscar a segurança da moeda norte-americana, com medo da desaceleração da economia chinesa. Ainda nas questões políticas e econômicas, as incertezas sobre a crise grega e o estresse político no Brasil, também tem levado investidores a ambientes mais seguros.
Nos fundamentos do café, o mercado ainda aguarda novas informações e vive a expectativa sobre a safra brasileira, que apresenta um clima atípico para o período e atrasos na colheita do arábica. Carvalhaes também explica que as exportações do ano safra 2014/2015 que foram divulgadas nesta quarta-feira pela Cecafé – Conselho de Exportadores de Café do Brasil – pode ter dado margem para especulação.
Os dados da Cecafé apontam para um aumento de 6,9% a mais que os 12 meses anteriores, com o recorde histórico de 36.492.298 sacas exportadas. Em receita os ganhos foram de 28%, atingindo os US$ 6,854 bilhões. “O desempenho da safra 2014/2015 foi bastante positivo, com destaque para o recorde na exportação de conillon que atingiu 4.532.940 milhões de sacas, 133% a mais que na safra anterior, superando as expectativas”, apontou em nota o diretor-geral da Cecafé, Guilherme Braga.
Mercado interno
Com os preços pouco favoráveis aos produtores, os negócios no Brasil têm seguido em ritmo lento. Segundo Eduardo Carvalhaes, o mercado interno está praticamente parado, em que produtores mais bem capitalizados estão segurando vendas, visto que houve aumento nos custos de produção e os preços não estão atrativos.
Em relação ao cenário climático, as chuvas devem continuar pelo cinturão produtivo de café. Segundo dados da Somar Meteorologia, áreas de instabilidade estão causando muitas nuvens e chuvas no Paraná, São Paulo e em parte de Minas Gerais. Nos próximos dias, frente fria deve avançar ainda mais por áreas do sudeste até sábado.
O café cereja descascado apresentou variações positivas em boa parte das praças de comercialização. Em Poços de Caldas (MG), os preços subiram 2,59% e a saca de 60 kg passou a ser cotada a R$ 476,00. Já em Espírito Santo do Pinhal (SP), praça com maior valor, a saca passou a valer R$ 500,00, após a alta de 2,04%.
Para o café tipo 6, a maior variação aconteceu em Patrocínio (MG), com uma baixa de 2,38%, em que a saca passou a ser negociada a R$ 410,00. Em Espirito Santo do Pinhal (SP), os preços subiram 1,18%, negociando R$ 430,00 pela saca de 60 kg.
Já o café tipo 4, teve queda de 2,22% em Franca (SP), que levou os preços da saca de 60 kg para R$ 440,00. Guaxupé (MG) teve leve alta e fecha com a saca sendo negociada a R$ 488,00, maior valor dentre as principais praças de comercialização.
O indicador CEPEA/ESALQ para arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, encerrou o dia com desvalorização de 0,71% e ficou em R$ 406,54 pela saca de 60 kg.
Por: Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas