fonte: Cepea

Café : Colheita na Zona da Mata Mineira foi antecipada

Coopercafé – 05/05/2014

SAFRAS (05) – A colheita de café arábica foi antecipada nas regiões mais baixas da zona da mata mineira, segundo o responsável técnico pela Cooperativa da Região de Caratinga (Coopercafé), Rogério Vieira de Sá. Ele diz que a colheita só ganhará força a partir da segunda quinzena de maio no restante das áreas, mas alguns produtores já apanham mais cedo os grãos por causa da seca que afetou negativamente as lavouras em janeiro e fevereiro.

“Começamos a receber os primeiros lotes de café na semana passada para fazer a contagem, mas ainda é um volume muito pequeno”, afirma. Vieira comenta que o clima está “bom demais” neste momento, pois não chove e não tem muito sol. A temperatura, por sua vez, também está dentro do que se espera para o período.
De acordo com Vieira, a estiagem nos dois primeiros meses de 2014 foi extremamente prejudicial, o que vai ocasionar quebra de produção. Em janeiro, a média de precipitações na zona da mata foi de 40 milímetros, contra uma média que oscila entre 150 e 180 milímetros. Em fevereiro, a chuva foi igualmente escassa, ficando abaixo de 100 milímetros. Entretanto, ele afirma que números mais precisos só poderão ser estimados quando 40% da colheita estiver finalizada.
Quebra deve ser de 30%

O gerente do departamento comercial da Coopercafé, Paulo Tavares, reitera a opinião de Vieira e diz que as estimativas de perda podem ser alteradas à medida que as amostras chegam para contagem. Tavares afirma que muitos produtores da região aproveitaram os preços baixos de 2012 e 2013 para renovar as lavouras e fazerem recepa – o que, combinado à estiagem, compromete a produção deste ano. “O parque cafeeiro do Brasil é muito antigo. É necessário que se renove ele o quanto antes para não perder produtividade”, pontua.

Em 2013, o gerente estima que foram produzidas de 850 a 900 mil sacas na região de Caratinga (MG). Ele ainda critica os números dissonantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pois, segundo Tavares, eles não têm a mesma precisão que o Instituto Brasileiro de Café (IBC) – extinto em 1989 durante o governo Collor – tinha.

Em princípio, a Coopercafé trabalhava com a possibilidade de corte na produção em torno de 35% a 40%, mas a chegada dos primeiros lotes pode alterar o número. “Recebemos alguns grãos de lavouras mais quentes e, pelo que vimos, nem consideramos que houve quebra nelas”, pontua Tavares. Ele explica que as perdas são relativas na região de atuação da cooperativa porque as plantações têm altitudes bem diferenciadas. Contudo, sustenta que a quebra deve ser de, no mínimo, 30% em relação à safra anterior.

Por Cândida Schaedler / candida.schaedler@safras.com.br
Fonte : Safras & Mercado

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