28/05/2009 – A colheita de café da safra 2009 no sul e cerrado de Minas Gerais e partes de São Paulo, áreas em que atua a maior cooperativa do grão do Brasil e do mundo, a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), está começando essa semana de forma mais forte e visível.
Este ano a safra está mais uniforme, o que é favorável a um andamento mais rápido dos trabalhos, com menos grãos verdes aparecendo na colheita; a não ser nas regiões de maior altitude, onde há mais grãos verdes no momento.
A análise parte do gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé, Joaquim Goulart. Goulart estima que menos de 5% da safra foi colhida até agora. Somente nas regiões próximas à Represa de Furnas, mais baixas, os trabalhos estão ocorrendo há mais tempo, cerca de 20 dias.
O clima está sendo favorável.
Choveu na semana passada, mas não há prejuízos para o andamento da colheita. A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) estimou a safra 2009 de Minas Gerais em 19,236 milhões de sacas de 60 quilos, 18,4% menos que em 2008 (23,581 milhões de sacas).
No sul de Minas Gerais, a estimativa é de uma produção 2009 de 9,388 milhões de sacas, contra 12,118 milhões de sacas em 2008, o que representa uma diminuição de 22,5%. Para Goulart, a estimativa da Conab segue coerente.
Quanto ao beneficiamento do café, da renda dos grãos, ainda não se tem idéia do que pode ocorrer. No sul de Minas Gerais, na temporada, houve redução na adubação de 30% a 40%, diante dos altos custos dos produtores.
Isso pode afetar a safra de 2010.
Goulart ameniza dizendo que a fertilidade do solo é boa e com um bom clima pode-se minimizar na próxima safra os efeitos deste menor uso de adubos.
Os produtores do sul de Minas Gerais estão procurando mecanizar mais as lavouras para não enfrentar tantos custos de mão-de-obra no período de colheita. Hoje, tirando as regiões de topografia mais acidentada, 30% a 40% do sul-mineiro já trabalha com colheita com máquinas.
Neste ano, como a safra é menor, não se está enfrentando tantos problemas com a mão-de-obra, que se torna bem mais necessária em anos de safra cheia dentro da bienalidade dos cafezais. PODAS Como este ano de 2009 é de safra pequena dentro da bienalidade, muitos produtores usaram a temporada para fazer o tratamento com podas na lavoura, até com “safra zero”, deixando a lavoura preparada para colher uma grande safra em 2010 e não colhendo nada em 2009.
“É uma forma de enfrentar os custos altos”, caracteriza Goulart.
“Hoje o preço do café não cobre os custos”, afirma o gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé. Levantamento da Cooxupé indica que em toda área de ação da Cooxupé (sul e cerrado de Minas Gerais) e parte de São Paulo a área de café envolve um total de 382.442 hectares.
Deste total, os cafezais em formação chegam a ocupar 15.338 hectares; 316.026 ha estão em produção e para a recuperação (podas) entraram 51.159 ha. Tomando-se somente os cooperados da Cooxupé, a área total envolve 208.996 ha, sendo que 9.489 ha estão em formação; 174.294 estão em produção; e em recuperação (podas) encontram-se 25.293 ha.
Veja o quadro com estas áreas abaixo:
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Área dos Municípios em que atua Cooxupé em Hectares de Café em 2009
Formação Produção Recuperação
Total 15.338 316.026 51.159 382.442
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Área dos cooperados em hectares de café em 2009
Formação Produção Recuperação
Total 9.489 174.294 25.293 208.996
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(LC)