12/06/2013 Café da terra
São Paulo, 12/06/2013 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) mantêm-se em consolidação, respeitando intervalo entre 125,50 cents e 129,50 cents. O enfraquecimento do real em relação ao dólar contribuiu ontem para estimular vendas brasileiras, pressionando as cotações.
Segundo corretor da Icap, o câmbio deu a direção para os futuros de café logo na parte da manhã,principalmente com o enfraquecimento do real ante o dólar, que estimulou vendas e queda de Nova York. O Banco Central fez duas intervenções, comprando a moeda norte-americana, aliviando o mercado mais tarde.
O corretor acrescenta que o pessimismo no ambiente externo, principalmente com dados econômicos fracos na China, deteriora o desempenho das commodities. Metais básicos, energia, e soft commodities tiveram perdas ontem. Além disso, especula-se sobre quando Estados Unidos e Japão começarão a desfazer a política de injeção de liquidez nos mercados.
Ele observou que nas últimas duas sessões os contratos, base julho, praticamente repetiram a máxima 129 cents e a mínima 126 cents. As rolagens de posição prosseguem, principalmente com a negociação do spread julho/setembro, antes do início do período de notificação de entrega do julho, a partir de 20 de junho.
O contrato setembro já acumulava na segunda-feira maior número de contratos em aberto: 71.952 lotes. Julho tinha em aberto 62.717 lotes, para um total geral de 179.692 lotes.
Amanhã vencem as opções para julho na ICE. No entanto, não há expectativa de concentração de exercício próximo dos atuais níveis de preço.
Os contratos de café com vencimento em julho/13 na ICE continuam no vai-e-vem, alternando sessão de alta com outra de baixa. O contrato acabou encerrando ontem em queda de 105 pontos, ou 0,82%, a 127,70 cents. A máxima foi de 129 cents (mais 25 pontos). A mínima foi de 126 cents(menos 275 pontos).
O mercado físico ficou praticamente parado ontem. A alta do dólar pela manhã não foi suficiente para animar os vendedores, que viam os futuros de café cederem na Bolsa de Nova York, informa corretor de Santos (SP).
O comprador já tenta pagar abaixo de R$ 300 a saca, mas sem fechar negócio. O comentário na praça de Santos é que café tipo 6, com 15% de catação, está cotado a R$ 300 a saca.
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que os preços do café arábica voltaram a cair ontem, pressionados pelo mercado internacional. O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 292,28/saca de 60 kg, baixa de 0,22% em relação à segunda-feira.
As vendas ainda ocorrem em ritmo lento, já que a maior parte dos produtores está com atenções voltadas para colheita. Cafeicultores têm aproveitado o clima favorável para se concentrar nos trabalhos de campo.
Para as próximas semanas, a colheita deve ganhar ritmo e que, consequentemente, ocorra um aumento na disponibilidade de cafés novos.
Segundo o Cepea, apenas os valores dos grãos negociados para consumo interno se mantêm firmes, por causa da necessidades pontuais de compra. Lotes de arábica 7 rio e 600/800 defeitos chegaram a ser comercializados a valores superiores aos do dia anterior. O preço da saca de 60 kg do café rio subiu 0,8% e o do 600/800 defeitos, 0,7%. A moeda norte-americana teve desvalorização de 0,51%, a R$ 2,137.
O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 248,26/sc de 60 kg, queda de 0,76% em relação à segunda. O tipo 7/8 bica corrida finalizou a R$ 241,00/sc, recuo de 0,21% no mesmo período – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo. Conforme apurou o Cepea, com o avanço da colheita, confirma-se a possibilidade de quebra na nova safra. O motivo teria sido a estiagem ocorrida entre novembro/12 e
janeiro/13.
Fonte : Agência Estado