Café: Cenário: Clima no Brasil deve dar suporte aos contratos

15/08/2013  Café da terra

São Paulo, 15/08/2013 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) se recuperaram rápido do tombo de terça-feira. Ontem o mercado voltou a se aproximar de 125 cents, base setembro/13. O frio nas regiões produtoras brasileiras mantém os participantes na defesa.


De acordo com analista da Terra Investimentos, os futuros de arábica ontem praticamente zeraram as perdas de terça-feira. Segundo ele, o mercado continua atento aos riscos de geadas nos cafezais brasileiros. A ocorrência de chuvas, em plena época de colheita, preocupa os produtores.


A Somar Meteorologia informa que uma nova massa de ar polar deve avançar sobre a Região Sul do Brasil nesta semana, provocando declínio acentuado das temperaturas. Conforme a meteorologia, há risco de formação de geadas no Sul. No entanto, essa massa de ar polar não deve alcançar as regiões cafeeiras de São Paulo e de Minas Gerais.


O corretor acrescenta que fundos de investimento venderam na terça, elevando o saldo líquido vendido desses participantes, que pode ter alcançado cerca de 30 mil lotes na semana encerrada em 13 de agosto.
Isso poderá ser confirmado no relatório semanal da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC, em inglês), que será divulgado amanhã.


Pelos gráficos, os contratos com vencimento em setembro/13 têm suporte a 121,80 cents (media móvel de 40 dias) e 118,90 cents. A resistência é de 125 cents e 131,25 cents (média móvel de 100 dias).


As rolagens de posição avançam em Nova York, antes do início do período de notificação de entrega do setembro/13, a partir da quinta-feira da semana que vem. O vencimento dezembro/13 já acumula maior
números de contratos em aberto, com 80.302 lotes na terça-feira (13). Setembro/13 tinha em aberto 36.525 lotes, para um total geral de 153.212 lotes.


Ontem os futuros na ICE trabalharam no terreno positivo ao longo de toda a sessão. O contrato futuro de café para setembro/13 em Nova York acabou encerrando ontem em alta de 1,70% (mais 205 pontos), a 122,65 cents. A mínima foi de 120,75 cents (15 pontos acima do fechamento anterior). A máxima foi de 124,50 cents (mais 390 pontos).


O mercado físico teve bons negócios ontem, principalmente com grãos mais fracos. A recuperação dos contratos futuros na Bolsa de Nova York favoreceu o mercado, informa corretor de Santos (SP). O comentário na praça de Santos é que café tipo 6, safra nova, foi vendido a R$ 297 a saca. A Casas Sendas teria adquirido cerca de 2 mil sacas do produto.


O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, divulgou ontem que a geada do fim de julho, considerada a mais rigorosa desde 2000, pode ter comprometido cerca de 62% da safra de café do ano que vem. Do volume de 1,54 milhão de sacas de 60 kg de café esperadas para 2014, os produtores só deverão colher 582 mil sacas, o que provocará prejuízo de R$ 253 milhões aos produtores no próximo ano, conforme levantamento preliminar feito pelos técnicos do Deral no campo. O economista Francisco Carlos Simioni, diretor do Deral, projetou, ainda, que 19% da área cafeeira do Estado será erradicada, o equivalente a 16 mil hectares.


Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que o indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 293,51/saca de 60 kg, forte alta de 3,7% em relação ao dia anterior.


Esse é o maior valor do indicador desde 18 de julho de 2013. Segundo apurou o Cepea, o ritmo de negócios ontem foi melhor em relação aos dias anteriores. O dólar ficou em R$ 2,323, alta de 0,6% no mesmo período.


Os preços do robusta não registraram alteração significativa ontem. O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6 peneira 13 acima fechou a R$ 254,39/saca de 60 kg, pequeno aumento de 0,3% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8 bica corrida fechou a R$ 247,30/sc, elevação de 0,2% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo.


Tomas Okuda – tomas.okuda@estadao.com


Fonte : Agência Estado / Broadcast


 

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