16-03-2015
A valorização do dólar frente ao real na última semana foi de 6%. Os contratos de café com vencimento em maio próximo na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram 7%. Os operadores em Nova Iorque conseguiram ficar com toda a desvalorização do real frente ao dólar. “Ignoram os fundamentos e conduzem as cotações como bem entendem. Trabalham com análise gráfica, ‘financeirizando’ a operação dos contratos”. As considerações partem do boletim semanal do Escritório Carvalhaes.
Carvalhaes destacou que na quinta-feira, dia 12, a Fundação Procafé, contratada pelo Conselho Nacional do Café (CNC) para um levantamento de campo inédito, divulgou seu relatório, que projeta a colheita na próxima safra brasileira 2015/16 de 40,30 milhões a 43,25 milhões de sacas de 60 quilos de café. A estimativa indica uma quebra de 4,61% a 11,12% na comparação com as 45,342 milhões de sacas colhidas em 2014. Os operadores em Nova Iorque ignoraram a estimativa contratada pelo CNC e na sexta-feira os contratos de café com vencimento em maio próximo na ICE fecharam com baixa de 240 pontos, indicou o boletim.
O boletim lembrou que o mercado já havia ignorado a estimativa da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que no seu primeiro relatório para a safra cafeeira 2015/16 projetou uma colheita de 44,11 a 46,61 milhões de sacas. Para Carvalhaes, os embarques recordes brasileiros em 2014 e os bons embarques em janeiro e fevereiro deste ano (a soma dos embarques nos dois primeiros meses de 2015 é praticamente a mesma dos dois primeiros meses de 2014) dificultam a aceitação das estimativas de safra brasileiras.
O mercado físico brasileiro permaneceu praticamente paralisado na última semana. Segundo Carvalhaes, os compradores repassam para as ofertas as baixas na ICE, o que neutraliza a valorização do dólar frente ao real. Os produtores recuam e poucos negócios são fechados. Esse quadro mostra que as bolsas de futuro não espelham no momento o que acontece no mercado físico brasileiro, conclui.
Fonte: Safras & Mercado